Notas soltas – junho/2017
Aquecimento global
– A renúncia de Trump aos Acordos de Paris, não é leviandade de um ignorante, é
a condenação à morte de milhões de pessoas, uma declaração de guerra às futuras
gerações, e um crime contra a Humanidade.
Filipinas – As
metástases do Estado Islâmico (EI) chegaram ao país onde um presidente católico
estimula execuções sumárias e despreza os direitos humanos. Agora surgiu o EI a
criar um enclave sob a sharia. Para
cancro, bastava o PR Duterte.
Democracia – Não
se pode exigir “eleições diretas, já”, no Brasil, cuja Constituição as não consente,
e tomar uma posição diversa para a Venezuela, com limitações idênticas. Num
caso e noutro é urgente chamar o povo às urnas.
Reino Unido – A
surpresa das eleições com que a senhora May quis reforçar a maioria do Partido
Conservador, e a perdeu, não foi apenas uma derrota sua, foi a ascensão dos
Trabalhistas, com Corbyn, um republicano de esquerda, a sepultar a Terceira Via.
Arábia Saudita – A
denúncia do Catar, unido no gosto por decapitações, liquidação de infiéis e
ódio às mulheres, como apoiante do terrorismo que ambos financiam, é delação
premiada a comprar a indulgência dos EUA na exportação do sunismo wahhabista.
União Europeia – Com
a saída do RU e afastamento dos EUA, só resistirá importante e unida, apesar de
ter mais população e maior PIB do que os EUA, com reforço da coesão política,
económica e social, capaz de assegurar a paz, a prosperidade e a democracia.
Brasil – A
manutenção de Temer no cargo de PR, graças ao desempate do presidente do STE, seu
amigo de longa data, não legitima o presidente corrupto, desleal e golpista, só
prolonga a sua agonia e aumenta a raiva popular.
EDP – É
irrecuperável mais de 20% do PIB português vendido depressa e ao desbarato pelo
Governo Passos/Portas com a conivência de Cavaco, e é de saudar a investigação
judicial sobre os desmandos políticos e o eventual ressarcimento do Estado.
Agência Europeia do
Medicamento – É improvável o êxito da candidatura de Lisboa, aprovada por
unanimidade na AR, para sede da Agência, pela enorme disputa de outras
metrópoles, mas a serôdia competição bairrista do Porto só veio enfraquecê-la.
Capitalismo – A
implosão da URSS deixou-o à solta, e, quando parecia que só existiam a direita
e a extrema-direita, a social-democracia renasceu em Portugal, Espanha, e RU: 2010:
Gordon Brown – 29%; 2015: Ed Milliband – 30%; 2017: Jeremy Corbyn – 40%.
Turquia –
Erdogan, cada vez mais muçulmano e autoritário, tem uma agenda própria e perigosa.
O desprezo pela democracia e direitos humanos transformou o país laico, que protegia
a Europa, em mais uma porta de entrada para o ataque à nossa civilização.
Helmut Kohl – Com
a morte do grande europeísta e arquiteto da unificação alemã a UE perdeu uma grande
referência. A responsabilidade na fragmentação da Jugoslávia e o financiamento
ilegal da CDU foram as únicas nódoas no percurso do notável estadista.
Londres – A dimensão
da tragédia do “incêndio de Londres” denunciou a ineficácia do combate ao fogo
e do salvamento das pessoas. A qualidade da construção e a debilidade dos meios
de socorro lembravam um país do terceiro-mundo.
Governo – O
anúncio da exclusão de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos pela Comissão
Europeia foi um sucesso que só o apoio parlamentar do BE, PCP e PEV tornou
possível. É abusivo reclamar o mérito de quem sempre condenou a atual política.
Cuba – O cancelamento
do acordo com os EUA, revelando falta de sentido de Estado e insensibilidade
política do PR americano, demostrou a diferença entre Trump e Obama, entre o homem
de negócios e um político, com efeitos perversos no povo cubano.
Pedrógão Grande –
A meteorologia, o desordenamento florestal, o abandono agrícola, a extinção dos
governadores civis, que coordenavam a proteção civil, e os interesses das
celuloses em pinheiros e eucaliptos, conjugaram-se na medonha tragédia deste
incêndio.
Islamofobia – O
atropelamento de muçulmanos que saíam de uma mesquita londrina é igual aos dos
atentados islâmicos. A violência sectária, de natureza religiosa, étnica ou política,
tem de ser reprimida com igual firmeza.
Partido Trabalhista
– O líder britânico quebrou o protocolo ao não se inclinar perante a rainha, na
ida desta ao Parlamento, para ler o discurso do Governo. O republicano que não
se curvou, foi o exemplo do cidadão que recusa ser súbdito.
Irão – A
legitimidade eleitoral do aiatola Rouhani, "pela vontade do povo e a
convite dele", é contestada pelo líder supremo, o ultra Khamenei, que
reivindica a legitimidade “divina”, baseada na jurisprudência islâmica. As
sanções dos EUA beneficiam o último.
Passos Coelho – Não
tinha de se desculpar da informação errada do candidato do PSD à Câmara de
Pedrógão, sobre o falso suicídio, devia envergonhar-se de o ter anunciado no
plural, de inventar os motivos e de se apropriar da tragédia para fins eleitorais.
Refugiados – O
drama dos afogamentos no Mediterrâneo só se resolve em África, com
investimentos que combatam o subdesenvolvimento que gera a miséria, fome e
doenças, e põem em fuga de milhões de pessoas, em desespero, a caminho da
Europa.
Jaime Soares – O presidente
da Liga dos Bombeiros, atribuiu o incêndio de Pedrogão a "origem
criminosa", após a PJ divulgar evidências científicas sobre um raio. Interrogado
pela PJ, disse não ter factos, mas suspeitas. É uma questão de carácter!
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