A guerra colonial e a ditadura salazarista
A ausência de um combate determinado aos crimes da ditadura conduz à sua amnésia e ao branqueamento dos próceres que suprimiram as liberdades, estabeleceram a censura, desterraram, perseguiram, prenderam, torturaram e assassinaram os opositores.
Para lá da miséria, do analfabetismo e da repressão, a guerra colonial iniciada quando os impérios coloniais já tinham percebido a inutilidade da guerra contra os movimentos de libertação, foi a derradeira e demencial tentativa de perpetuar a ditadura.
Sabe-se a quantidade de mortos e estropiados dos soldados portugueses, mas ignora-se o sofrimento e o número de vítimas de populações autóctones e dos combatentes do outro lado. Surpreendente não é o silêncio do que nos envergonha, é o ruído que ainda fazem os fascistas sobre a guerra que Portugal perdeu e a nostalgia demonstrada pelo “nosso Ultramar infelizmente perdido”, numa demente falsificação da História e na tentativa de reabilitar a ditadura e os seus cúmplices.
Quando os militares de Abril escreveram a mais bela página dos últimos cem anos da nossa História, já a Guiné era um país independente reconhecido internacionalmente. A ocupação de Angola e Moçambique, para além do esgotamento dos recursos humanos e materiais, era intolerável à luz do direito internacional, e a tentativa de uns colonialistas, que se reviam no exemplo da África do Sul e da Rodésia, não passava de uma aventura trágica votada ao fracasso.
Surpreende que, 44 anos depois, ainda surjam trogloditas crispados a acusar de traição as negociações de paz na guerra que nunca devia ter começado e a perturbar as relações entre países que souberam pôr a amizade dos povos acima da violência do regime que a todos oprimiu, aqui e lá.
Em vez de se homenagearem as Forças Armadas, que cumpriram o seu papel patriótico e conseguiram retirar de três teatros de guerra, sem uma única baixa, um caso único no mundo, a direita já se sente confiante para as perturbar e humilhar.
A deslocação do poder bélico das Forças Armadas para as forças de Segurança faz parte da agenda que começou no afastamento dos militares de Abril, prosseguiu com o fim do SMO e acabará na subordinação partidária. A esquerda não tem o direito de se imiscuir nas FA, cujas missões estão constitucionalmente consagradas, mas exige-se-lhe que não as deixe confiscar nem humilhar.
Com a agressividade com que a direita antidemocrática renasce na Europa, e no Mundo, é dever dos democratas denunciarem o passado e manterem-se vigilantes.
Para lá da miséria, do analfabetismo e da repressão, a guerra colonial iniciada quando os impérios coloniais já tinham percebido a inutilidade da guerra contra os movimentos de libertação, foi a derradeira e demencial tentativa de perpetuar a ditadura.
Sabe-se a quantidade de mortos e estropiados dos soldados portugueses, mas ignora-se o sofrimento e o número de vítimas de populações autóctones e dos combatentes do outro lado. Surpreendente não é o silêncio do que nos envergonha, é o ruído que ainda fazem os fascistas sobre a guerra que Portugal perdeu e a nostalgia demonstrada pelo “nosso Ultramar infelizmente perdido”, numa demente falsificação da História e na tentativa de reabilitar a ditadura e os seus cúmplices.
Quando os militares de Abril escreveram a mais bela página dos últimos cem anos da nossa História, já a Guiné era um país independente reconhecido internacionalmente. A ocupação de Angola e Moçambique, para além do esgotamento dos recursos humanos e materiais, era intolerável à luz do direito internacional, e a tentativa de uns colonialistas, que se reviam no exemplo da África do Sul e da Rodésia, não passava de uma aventura trágica votada ao fracasso.
Surpreende que, 44 anos depois, ainda surjam trogloditas crispados a acusar de traição as negociações de paz na guerra que nunca devia ter começado e a perturbar as relações entre países que souberam pôr a amizade dos povos acima da violência do regime que a todos oprimiu, aqui e lá.
Em vez de se homenagearem as Forças Armadas, que cumpriram o seu papel patriótico e conseguiram retirar de três teatros de guerra, sem uma única baixa, um caso único no mundo, a direita já se sente confiante para as perturbar e humilhar.
A deslocação do poder bélico das Forças Armadas para as forças de Segurança faz parte da agenda que começou no afastamento dos militares de Abril, prosseguiu com o fim do SMO e acabará na subordinação partidária. A esquerda não tem o direito de se imiscuir nas FA, cujas missões estão constitucionalmente consagradas, mas exige-se-lhe que não as deixe confiscar nem humilhar.
Com a agressividade com que a direita antidemocrática renasce na Europa, e no Mundo, é dever dos democratas denunciarem o passado e manterem-se vigilantes.
Comentários