Não há notícias falsas

Há notícias e mentiras, tendo as últimas mais rápida divulgação e melhor acolhimento. Poucos se lembram da central de intoxicação que levou o ora catedrático Passos Coelho a líder do PSD e, depois, a PM, com as redes sociais ao serviço dos desígnios de Miguel Relvas, Marco António e Paulo Júlio, primeiro na disputa com Paulo Rangel e, a seguir, contra a esquerda, em geral, e o PS, em particular.

O carácter artesanal é agora sofisticado e dispõe dos mais talentosos peritos dos serviços secretos de grandes potências e do apoio financeiro dos maiores grupos económicos. As redes sociais levaram Trump ao poder, um arrivista impreparado e perigoso. Bolsonaro, com a conivência da IURD e a cobarde abstenção do ex-presidente Fernando Henriques Cardoso, será o próximo PR do Brasil, graças às mentiras difundidas nas redes sociais, depois da conjura judicial e partidária no golpe constitucional da destituição de Dilma.

Tal como Hitler e Mussolini que, felizmente, continuam mortos, ou Duterte e Erdogan, ambos perigosamente vivos, Trump e Bolsonaro são produto da manipulação e mentira que escorre pelos esgotos a céu aberto das redes sociais da Internet.

No Brasil, os crentes da IURD e outros bandos de malfeitores convenceram milhões de incautos de que o homem que tentou matar Bolsonaro era do PT, que Haddad defende o incesto e o comunismo e pretende legalizar a pedofilia, e divulgaram a imagem de uma mulher agredida pelo PT, a atriz Beatriz Segall, falecida no hospital, em setembro, aos 92 anos, por insuficiência respiratória, mesmo depois de desmascarados.

Em Portugal, segundo a denúncia do DN semanal, de ontem, num excelente trabalho de Paulo Pena, o dono de uma empresa informática de Santo Tirso, tem diversos ‘sites’, todos com o mesmo IP, domiciliados no Canadá: Direita Política, A voz da Razão, Não Queremos Um Governo de Esquerda em Portugal, Vídeo Divertido e Aceleras.

A empresa de João Pedro Rosas Fernandes, apoiante de Trump e Bolsonaro, chama-se Forsaken. Dos esgotos referidos saíram, entre outras, duas ignóbeis mentiras: o relógio de Catarina Martins, no valor de 21 milhões de euros, numa montagem da sua foto e do relógio, encimada pela frase “A maior fraude da política portuguesa” e outra, em baixo, que completava a mensagem “…a seguir a António Costa”. A outra mentira foi a foto de um jantar em casa de José Sócrates, onde uma das pessoas era referida como a atual PGR, mentira que também me chegou e o PSD de Serpa logo divulgou, o que obrigou o partido a pedir desculpa, que não chegou a todos.

Do Brexit à eleição de Trump, as mentiras foram decisivas, assim como na composição partidária atual de Itália, Áustria, Polónia, Chéquia, Eslováquia ou Hungria e alterações de pendor fascista de outros países que vêm alterar o espetro político europeu.

Tal como Relvas e Passos Coelho ficaram impunes, relativamente à fraude de 6.747.462 euros, apurada pelo Organismo Europeu de Luta Antifraude, que o DCIAP arquivou, ignorando a investigação de Bruxelas, também de Marco António, Luís Filipe Meneses e outros autarcas do PSD do Norte, não se conhece qualquer investigação, e nem se crê que aconteça, depois da denúncia da revista Visão sobre a alegada rede de corrupção.

Quanto a João Pedro Rosas Fernandes, o dono de sites para a difusão de mentiras contra políticos de esquerda, parece beneficiar do vazio legal em relação aos crimes praticados.

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