Notas Soltas – agosto/2018
Museu Nacional do Rio
de Janeiro – O incêndio que destruiu a mais antiga instituição científica
do Brasil e maior museu de história natural e antropologia da América do Sul incinerou
a memória de dois países e um importante pedaço da história da humanidade.
Supremo Tribunal de
Justiça – Nos últimos 12 meses tomaram posse 22 conselheiros, só neste
tribunal. É um exagero. As vagas devem ser definidas fora da corporação, sem
perda da independência judicial.
Espanha – Pablo
Casado assume a herança do PP de Aznar e da Falange. Quer revogar a Lei da
Memória Histórica e substituí-la pela Lei da Concórdia para manter o genocida
Franco no túmulo apoteótico do Vale dos Caídos, enquanto Garcia Lorca jaz
incógnito.
Barack Obama – O
ex-PR dos EUA não foi o pacifista desejável, mas é a consciência crítica do
país a cujos destinos presidiu e que não hesita em usar a autoridade moral para
o advertir dos riscos que representa um PR mitómano, incapaz e em delírio
demencial.
Suécia – O modelo
mundial nos padrões de bem-estar e liberdade foi a votos. O regime com largas
décadas de êxito económico, político e social viu a extrema-direita ficar em
2.º lugar e, com o seu avanço, a comprometer a estabilidade política do País.
António Guterres
– O secretário-geral da ONU alerta para o perigo que o aquecimento climático
global representa, e afirma que o mundo dispõe de dois anos para agir contra as
desastrosas consequências. É vital escutá-lo e atuar em conformidade.
Brasil – A
agressão gratuita e criminosa contra Bolsonaro, fascista que disputa eleições
presidenciais, constitui uma ajuda para tornar possível a vitória de um
marginal a quem a politização da Justiça abriu caminho para o Palácio do Planalto.
Francisco Franco
– O Parlamento espanhol, com a indecorosa abstenção dos partidos da direita,
sem votos contra, deu luz verde à exumação e trasladação do Vale dos Caídos onde
o genocida se juntara, com honras de Estado, aos cúmplices e às vítimas anónimas.
Parlamento Europeu
– A decisão histórica de acionar o procedimento disciplinar para investigar o
risco de violação grave de direitos humanos pelo governo de Viktor Orbán, levou
o PPE a pressionar a Hungria e a Polónia para acatarem as regras democráticas.
Papa Francisco –
Os ataques de que é alvo não resultam de divergências teológicas, é a luta da
extrema-direita, à escala global, que o visa, pois, pela primeira vez, um Papa
está ao lado da democracia, contra o totalitarismo que, no passado, teve o
apoio da Igreja.
Angola – A
normalização das relações entre Portugal e a antiga colónia é um desejo que
encontra sucessivos obstáculos. A visita de António Costa, do interesse dos
dois países, foi uma oportunidade para reforçar relações que interessam aos dois
países.
Córdova – A
Igreja católica apropriou-se, em 2006, da mesquita que é Património da
Humanidade desde 1984, ao abrigo de uma lei franquista. Foi registada pela
diocese com o valor patrimonial de 30 euros e cobra 10 € por cada entrada na
‘sua catedral’.
Dalai Lama – O líder
religioso tibetano, premio Nobel de la Paz em 1989, admitiu pela primeira vez,
em entrevistas à comunicação social, conhecer testemunhos de vítimas da
pedofilia, revelados pela TV holandesa, em templos budistas da Europa.
Síria – Não
bastando ao martirizado povo o presidente Bashar al-Assad e os talibãs, os
interesses geoestratégicos mantêm o conflito interno com a violência de que são
capazes Putin, Netanyahu, Trump e Erdogan, numa orgia de sangue e horror.
PGR – A escolha de
Lucília Gago, com a dupla confiança do Governo e do PR, pôs fim à guerrilha do CDS,
de setores do PSD, ligados a Passos Coelho, e de Marques Mendes. A Pátria e a
democracia prescindiram da inédita renomeação, sem sobressalto.
Brexit – O líder
do partido trabalhista, embora contrariado, admite novo referendo, tal a
pressão dos militantes, mas é difícil perceber o que leva os líderes
partidários, contra a vontade dos eleitores, a persistir no desastre do RU e tragédia
para a Europa.
Infarmed – A
suspensão da deslocalização para o Porto, uma medida precipitada e sem
racionalidade, é a prova de que o governo é capaz de ponderar a medida que
prejudicava a indústria, os trabalhadores e a eficácia da instituição. Persistir
no erro seria bem pior.
União Europeia – Depois
do erro de ostracizar a Rússia, para agradar aos EUA, sofre agora o apoio de
Trump e Putin à sua extrema-direita quando os regimes autoritários já estão aí
e a desintegração da Europa ameaça vir a caminho.
Suécia_2 – A aliança
dos partidos conservadores e extrema-direita derrubou o governo social-democrata.
A cada nova eleição mais um país resvala para a direita. A Europa já esqueceu a
guerra e reabilita as ideias que a lançaram na maior tragédia do século XX.
Alemanha – A
aliança presidida pela Sr.ª Merkel, líder de um partido conservador com dignidade,
está em perigo. O espetro da República de Weimar regressa com a extrema-direita
vigorosa e a semelhança de situações que recordam a Alemanha de 1932.
PR – Marcelo, em
sintonia com o sec.-geral da ONU, António Guterres, reafirmou os valores
humanistas e civilizacionais que honram Portugal, em flagrante contraste com
Trump cuja miopia é a vergonha dos EUA e um perigo para o Mundo.
Cavaco Silva – As
lamentáveis declarações sobre a nomeação da nova PGR foram uma ofensa injusta e
gratuita ao sucessor. O despeito de Cavaco é de quem não entende que a
popularidade de Marcelo se deve também à aversão que ele provoca nos
portugueses.
Filipinas – O
Presidente, Rodrigo Duterte, admitiu as “execuções extrajudiciais” no seu
mandato. O assassínio de 4.800 suspeitos de consumo e tráfico de
estupefacientes é uma caricatura cruel da Justiça, com a cumplicidade demencial
do PR.
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