Praxes e praxistas
A brutalidade pode transformar uma pessoa numa cavalgadura, mas nunca um solípede se tornou humano.
Ignoro os instintos primários que habitam praxistas de universidades, normalmente mais recentes do que eles, para se permitirem humilhar, seviciar e intimidar quem procura ser aceite pelos antecessores.
Ano após ano, perante a impunidade de que gozam os sádicos, refinam-se práticas que sujeitam incautos e masoquistas à violência, que ultrajam as novas gerações de caloiros e preparam para a subserviência os que se submetem de motu próprio, que, por sua vez, reproduzirão a curto prazo o aviltamento de que foram vítimas.
Esta estranha forma de confraternização não é mais do que o recalcamento da violência e a catarse de infâncias tristes e personalidades desestruturadas. O que é lamentável é o manto de silêncio que acompanha estes espetáculos vergonhosos e esconde traumas das vítimas e dos algozes.
Nem as mortes da Caparica, há anos, acordaram o país para a censura pública que estes atos devem merecer, as autoridades académicas para as precauções que devem tomar e os governos para a vigilância que estes casos exigem da polícia.
Ver jovens em atitudes de rara indignidade e submissão não é uma iniciação para a vida universitária, é uma capitulação que predispõe para qualquer tirania.
O salazarismo nunca reprimiu as praxes, e sabe-se porquê. Uma vivência democrática é incompatível com práticas que exoneram a honra e onde a dignidade se perde de joelhos, de cócoras ou de rastos.
Na antiquíssima universidade da Covilhã uma pequena máfia recorreu à clandestinidade para se constituir numa célula da delinquência juvenil. É mais fácil acabarem os cursos do que serem punidos.
(Foto – Capa do JN, ontem.)
Ignoro os instintos primários que habitam praxistas de universidades, normalmente mais recentes do que eles, para se permitirem humilhar, seviciar e intimidar quem procura ser aceite pelos antecessores.
Ano após ano, perante a impunidade de que gozam os sádicos, refinam-se práticas que sujeitam incautos e masoquistas à violência, que ultrajam as novas gerações de caloiros e preparam para a subserviência os que se submetem de motu próprio, que, por sua vez, reproduzirão a curto prazo o aviltamento de que foram vítimas.
Esta estranha forma de confraternização não é mais do que o recalcamento da violência e a catarse de infâncias tristes e personalidades desestruturadas. O que é lamentável é o manto de silêncio que acompanha estes espetáculos vergonhosos e esconde traumas das vítimas e dos algozes.
Nem as mortes da Caparica, há anos, acordaram o país para a censura pública que estes atos devem merecer, as autoridades académicas para as precauções que devem tomar e os governos para a vigilância que estes casos exigem da polícia.
Ver jovens em atitudes de rara indignidade e submissão não é uma iniciação para a vida universitária, é uma capitulação que predispõe para qualquer tirania.
O salazarismo nunca reprimiu as praxes, e sabe-se porquê. Uma vivência democrática é incompatível com práticas que exoneram a honra e onde a dignidade se perde de joelhos, de cócoras ou de rastos.
Na antiquíssima universidade da Covilhã uma pequena máfia recorreu à clandestinidade para se constituir numa célula da delinquência juvenil. É mais fácil acabarem os cursos do que serem punidos.
(Foto – Capa do JN, ontem.)
Comentários