Manuel Monteiro e o provável regresso ao CDS

Há um namoro pegado com o CDS do dissidente que saiu pela direita e criou um novo partido – PND –, ressentido por ter sido afastado pelo seu criador, Paulo Portas, que o removeu quando lhe aprouve. O fracasso da dissidência levou-o a bater à porta da casa de onde saiu.

Segundo a comunicação social, deu aulas em conjunto com a Dr.ª Cristas na ‘Tendência Esperança em Movimento’, onde Manuel Monteiro quer “contribuir para o crescimento do CDS”, com Cristas.

Manuel Monteiro falou sobre o futuro de Portugal, e Cristas encerrou. No fundo, ambos gostariam de encerrar o futuro e regressar ao passado. É a aspiração de quem não tem memória, de quem ao desafio do futuro responde com a nostalgia do passado.

Manuel Monteiro é a versão urbana de Nuno Melo, mas rivaliza com ele e a Dr.ª Cristas no azedume à mais leve tendência social-democrata, para não falar nos acessos de raiva contra a esquerda, disfarçados em voz melíflua de sacristia.

Não havendo ainda condições para um partido neofascista há quem procure transformar a direita que existe na que deseja. Já. Os ventos correm de feição, e o regresso à década de trinta do século passado pode demorar quatro décadas a deixar oscilar o pêndulo para o lado da democracia. Compensa investir no retrocesso.

A democracia não é eterna, sobretudo quando minguam democratas. Na Europa, onde, dos escombros da guerra emergiram as democracias, há agora uma pulsão suicida de pendor reacionário.

Atualmente, quanto mais à direita a direita se coloca, mais entusiasmo desperta.

Ponte Europa / Sorumbático

Comentários

e-pá! disse…
A Direita portuguesa (com o seu largo espectro) anda muito movimentada e quer rapidamente sanar as fissuras abertas.
É isto que no essencial Manuel Monteiro quer fazer. Problemas como o do Santana Lopes e do André Ventura são para rapidamente integrar num idílico 'renascimento'. Há contudo uma questão: este 'renascimento' poderá ser completamente diferente do que já conhecemos. Poderá estar na forja o dealbar de um partido populista radical de extrema direita. Ninguém acredita que Portugal fique de fora da onda nacionalista, ultraconservadora e fascizante que varre a Europa ou, se quisermos, espalha-se (e espelha-se) pelo Mundo.
Um 'neo-sidonismo' pode estar a fermentar...

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