Sofrerei de daltonismo político?
Não garanto que alguma vez, por grave distração, não tenha passado por um sinal vermelho sem o ver, mas não o confundo com o verde, mesmo com acuidade visual atenuada.
Já em política não estou tão certo de que algum fenómeno catatímico interfira na minha visão, apesar de ser exigente com a conduta de quem nos governa, quer dos partidos da minha simpatia, quer dos adversários.
Quando o atual governo iniciou funções, foram constituídos arguidos os secretários de Estado que aceitaram a viagem a uma Empresa, à vista de todo o país, para um jogo da seleção nacional de futebol, o que levou à demissão das funções para que lhes sobejava competência. O próprio ministro das Finanças esteve em risco, por ter solicitado dois lugares no camarote da direção a um clube para ver um desafio de futebol, uma paixão a que não é imune um doutorado por Harvard. Na minha opinião, os primeiros não deviam ter aceitado. No caso do ministro pareceu-me pura perseguição partidária.
No anterior governo, uma secretária de Estado que negociara Swaps com o Estado numa empresa privada, viu sair colegas por esse motivo, mas permaneceu e, à falta de melhor, chegou a ministra das Finanças. Saiu para um fundo abutre, em Londres, acumulando o lugar de deputada. Passos Coelho chegou a PM após a fraude com fundos europeus na Tecnoforma, o pedido de salário como deputado em exclusividade (não concedido), a falta de pagamento às Finanças e à Segurança Social. Saiu como catedrático.
Autarcas acusados de corrupção pela revista Visão, em que se destacam Marco António e Luís Filipe Meneses, continuam tranquilos à espera da prescrição dos crimes que a revista lhes imputou. O País só queria saber se foi calúnia ou se a PGR não soube.
Durão Barroso era PM e foi em jato privado ao Brasil, com a família, para uma estadia numa ilha paradisíaca, a convite de um amigo com negócios com o Estado. Foi de férias no iate de um magnata, quando estava indigitado para presidente da Comissão Europeia, e acabou, depois de suspeitas e furtivas reuniões, como CEO de Goldman Sachs, em Londres.
Paulo Portas, desde as trapalhadas da Universidade Moderna, da falência fraudulenta da empresa de sondagens Amostra, da falta de recibos de pagamento aos sondadores e do atraso de pagamentos às Finanças, comprou submarinos sem que fosse averiguado o destino das comissões que levaram a condenações dos corruptores alemães.
Com exceção de Cavaco Silva, uma referência ética, incorruptível, incapaz de intrigas e de rancores, com um passado imaculado como investigador da Gulbenkian, assiduidade inexcedível na docência de uma Universidade pública, que alia uma invulgar cultura ao inexcedível sentido de Estado, com exceção de Cavaco – dizia –, sobre as referências da direita pairam suspeitas que nunca foram investigadas.
Provavelmente sofro de facciosismo político. Aliás, nunca disfarcei o posicionamento político.
Já em política não estou tão certo de que algum fenómeno catatímico interfira na minha visão, apesar de ser exigente com a conduta de quem nos governa, quer dos partidos da minha simpatia, quer dos adversários.
Quando o atual governo iniciou funções, foram constituídos arguidos os secretários de Estado que aceitaram a viagem a uma Empresa, à vista de todo o país, para um jogo da seleção nacional de futebol, o que levou à demissão das funções para que lhes sobejava competência. O próprio ministro das Finanças esteve em risco, por ter solicitado dois lugares no camarote da direção a um clube para ver um desafio de futebol, uma paixão a que não é imune um doutorado por Harvard. Na minha opinião, os primeiros não deviam ter aceitado. No caso do ministro pareceu-me pura perseguição partidária.
No anterior governo, uma secretária de Estado que negociara Swaps com o Estado numa empresa privada, viu sair colegas por esse motivo, mas permaneceu e, à falta de melhor, chegou a ministra das Finanças. Saiu para um fundo abutre, em Londres, acumulando o lugar de deputada. Passos Coelho chegou a PM após a fraude com fundos europeus na Tecnoforma, o pedido de salário como deputado em exclusividade (não concedido), a falta de pagamento às Finanças e à Segurança Social. Saiu como catedrático.
Autarcas acusados de corrupção pela revista Visão, em que se destacam Marco António e Luís Filipe Meneses, continuam tranquilos à espera da prescrição dos crimes que a revista lhes imputou. O País só queria saber se foi calúnia ou se a PGR não soube.
Durão Barroso era PM e foi em jato privado ao Brasil, com a família, para uma estadia numa ilha paradisíaca, a convite de um amigo com negócios com o Estado. Foi de férias no iate de um magnata, quando estava indigitado para presidente da Comissão Europeia, e acabou, depois de suspeitas e furtivas reuniões, como CEO de Goldman Sachs, em Londres.
Paulo Portas, desde as trapalhadas da Universidade Moderna, da falência fraudulenta da empresa de sondagens Amostra, da falta de recibos de pagamento aos sondadores e do atraso de pagamentos às Finanças, comprou submarinos sem que fosse averiguado o destino das comissões que levaram a condenações dos corruptores alemães.
Com exceção de Cavaco Silva, uma referência ética, incorruptível, incapaz de intrigas e de rancores, com um passado imaculado como investigador da Gulbenkian, assiduidade inexcedível na docência de uma Universidade pública, que alia uma invulgar cultura ao inexcedível sentido de Estado, com exceção de Cavaco – dizia –, sobre as referências da direita pairam suspeitas que nunca foram investigadas.
Provavelmente sofro de facciosismo político. Aliás, nunca disfarcei o posicionamento político.
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