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A mostrar mensagens de novembro, 2018

Notas Soltas – novembro/2018

Espanha – A investigação jornalística à vida do rei emérito Juan Carlos deu a conhecer o carácter do Bourbon que Franco impôs, a sua cupidez e conduta venal. O mulherengo recebia comissões de negócios opacos e terá ocultado ao fisco 2.000 milhões de €€. Sérgio Moro – Se um juiz se apressa a acusar, julgar e prender um candidato que pode ganhar as eleições, ou é zelador excecional dos interesses do Estado ou tem uma agenda política. Bolsonaro deve-lhe a Presidência, e pagou-lhe a venalidade com um ministério. Web Summit – A realização em Lisboa da cimeira de tecnologia, com garantia de mais uma década, é um evento de enorme interesse nacional. Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Fernando Medina tornaram Lisboa uma cidade apetecível e motor da economia do país. EUA – As eleições intercalares criaram alguma esperança aos democratas com a vitória no Congresso, mas os republicanos mantêm o Senado, que molda o Supremo Tribunal e o fará ultraconservador por vários anos

Agitação social e incertezas

Ai de quem cala o que sente e pensa, e diz o que julga que os outros gostam, mas pior é deixar-se manietar por constrangimentos sociais, calar-se por medo, deixar de abordar assuntos incómodos ou potencialmente geradores de crispação. Quem emite opiniões tem o indeclinável dever de estar convencido de que as suas são as melhores, e deve estar disponível para aceitar que as opiniões contrárias podem ser tão razoáveis quanto as suas. Há verdades que se calam para não desagradar, mentiras que não se contestam para não ofender, preconceitos que se toleram por comodidade. Numa sociedade democrática é a afirmação de todos e de cada um que forma o pensamento coletivo, e mal vai quando os que intervêm no espaço público se coíbem de abordar os temas incómodos. A opinião pública é a síntese dialética da opinião de todos, enquanto a opinião publicada é a que interessa a quem detém os órgãos de comunicação social e a quem os controla. Tenho pensado muito na agitação social que irrompeu no Pa

Banco Goldman Sachs – a ética e os negócios

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O banco Goldman Sachs, independentemente de ter estado ou não na origem da falência do seu concorrente Lehman Brothers, não usava certamente métodos diferentes. Talvez tivesse apenas mais apoio político ou melhores informações. A crise financeira mundial e a consequente crise das dívidas soberanas de numerosos países teriam de acontecer, tal como as próximas, até à última, como vaticinou o grande teórico da economia cujo nome o capitalismo diabolizou, sem evitar as suas previsões. Pasmo com o ar sério dos economistas encartados, que fingem acreditar no crescimento contínuo da economia e a prescrevem como remédio para todos os males, como se fosse possível crescer sempre. E aludem ao crescimento sustentado sem se rirem. «As árvores não crescem até ao céu», nem a economia. Sabe-se que o Goldman Sachs foi o único dos grandes bancos de investimento dos EUA que resistiu à crise de 2008. Está agora mergulhado num enorme escândalo financeiro de desvio fraudulento de fundos e corrupç

O centro e a política

Uma formação oportunista que concorreu às eleições autárquicas de Coimbra, e elegeu vereadores, abordou-me durante a campanha para, legitimamente, me convencer a votar na lista que apresentava. Perguntei se eram de direita ou de esquerda e disseram-me que não eram uma coisa nem outra. Fiquei esclarecido. Eram de direita. O que me surpreende é a quantidade de partidos que se reclamam do centro, como se tal abstração passasse de um ponto sem superfície ou volume e aí coubesse o que quer que fosse. Quando muito é uma linha, sem princípio nem fim e, sobretudo, sem princípios. Na arte da dissimulação, à falta de um programa, há quem reivindique como virtude a ausência de ideias e a desfaçatez do logro. Em democracia há direita e esquerda, com mais ou menos densidade, e nunca a imitar o vazio que é o ponto e que, em política, não chega a ser de interrogação. É o vazio onde se escondem todos os logros e albergam muitas ambições, uma estratégia para confundir incautos e ocultar a cobar

Os 4 cavaleiros ateístas

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O ateísmo não é prosélito, mas a sua defesa como opção ideológica encontra nestes 4 pedagogos do ateísmo os mais esclarecidos argumentos.

O 25 de novembro merece uma releitura política

A Direita, abominando os protagonistas, confiscou a data. A Esquerda divide-se entre o silêncio e a crispação, chegando a declarar fascista a contenção do aventureirismo, com objetivos nebulosos e sem um projeto que o país tolerasse. Há uma reflexão a fazer. Admitamos que a sorte das armas tivesse sido inversa. Era legítimo impor um modelo de sociedade repudiado? Era sequer viável? Seria uma vitória de quem, e até quando?   Sei qual era o ambiente no norte do País, no distrito da Guarda, onde fiz campanha pela CDE, ao lado de Jaime Gralheiro e António José Dias de Almeida, para a Assembleia Constituinte. Quebrei, em 25 de abril de 1975, a ligação a quaisquer forças partidárias, após 14 anos de modesta, mas persistente e ininterrupta militância política unitária. Trago no meu devocionário os vencidos e os vencedores do 25 de novembro de 1975, e Carlos Fabião e Otelo, dois militares neutralizados no confronto entre os que fizeram o 25 de Abril e escreveram a mais bela página da His

ANGOLA: João Lourenço, o enigmático visitante e abracadabra …

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A visita do presidente de Angola a Portugal marcou, de facto, a agenda política desta última semana. Trata-se de um importante evento político já que a normalização das relações com esta ex-colónia representa muito. Angola - depois da independência do Brasil – foi, durante largo tempo, a nossa ‘joia da coroa’ (se alguma vez tivemos joias na coroa). No entanto, esta visita revelou algumas intranquilidades, enigmas e deixou em aberto muitas coisas. A primeira delas será a desmesurada preocupação de que tudo corra bem e não haja sobressaltos. Existiu uma notória preocupação em emprestar a este ato oficial ‘carradas’ de deferências e carrear o visitante nas palminhas das mãos. Na realidade, esta visita ocorre à saída de uma crise relacional (o ‘irritante’) entre Estados que não começa nem acaba com o problema de Manuel Vicente, mas (também) passou por aí.   Tudo começou com José Eduardo dos Santos quando, há 5 anos (Outubro de 2013), anunciou o fim da parceria estratégica com P

Touradas

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«Devem ouvir-se igualmente ambas as partes» (Demóstenes, in Oração da Coroa, de 330 a.C) Um enorme poeta, tal como o maior dos pintores ou outro grande escritor pode dizer disparates. Quando estavam a serrar os cornos de um touro, no Campo Pequeno, alguém perguntou se também gostariam que lhes fizessem o mesmo. O meu querido amigo Onofre Varela diz melhor com um desenho.

Guarda – Cidade Natal

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O pio autarca, Álvaro Amaro, decidiu que entre 1 e 25 de dezembro deste ano a Guarda seja “cidade Natal”. O Jornal do Fundão, desta semana, diz que é uma reincidência, com comunicado, onde o edil declara que “a Guarda brilha mais alto com a cidade Natal”, um slogan capaz de erguer presépios em cada esquina e atrair turistas a todos os becos. A ideia não é original, já Fernando Ruas, há anos, proclamou Viseu “capital do Natal”, o que hilariou autóctones e forasteiros. Álvaro Amaro, mais modesto, retirou a “capital” à lucubração litúrgica, e manteve o brilho das boas ideias com um slogan à sua altura. O grande timoneiro teve uma ideia brilhante e, ao contrário do poeta, “Natal é quando um homem quiser”, decidiu amputar seis dias ao mês do Natal das gentes cristãs. Se a fúria litúrgica for contagiosa, como a gripe ou a tuberculose, os autarcas do distrito correm atrás dos rituais e teremos Seia, cidade da Páscoa; Gouveia, cidade do Advento; Pinhel, cidade da Quaresma; Sabugal, cida

A frase da D. Cristas

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«O Estado falhou, há sempre um responsável máximo e esse é o Governo e o primeiro-ministro.» (Assunção Cristas sobre o acidente na estrada camarária de Borba).  O mantra que repete na voluptuosa necrofagia, faz dela a ave que procura as catástrofes que lhe perturbam a memória. Cristas pode não saber que as pedreiras existem há mais de 60 anos, que o licenciamento da pedreira em causa, já em violação das regras, teve lugar em 1989, num governo de Cavaco, mas esqueceu-se de quem era o ministro do Ambiente há quatro anos e onde estava ela.  Julga que a estrada se aproximou das pedreiras e não foram estas que avançaram para a estrada. Apostila - Porque este tema já foi tratado, e bem, por 'e-pá', apenas quis deixar aqui a parte superior da capa do Público.

CDS e acidente de Borba: a chicana política e a ida às ginjas…

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A demagogia encontrou nos tempos recentes um(a) arauto(a) inexcedível. Assunção Cristas – mais uma vez – aparece a comentar um fatal acidente que sacudiu o País com a recorrente expressão: o Estado falhou! link .   A capacidade de análise desta líder da Direita é deveras impressionante. Passa rapidamente das funções do Estado para a acusação ao Governo. Varreu-se-lhe da memória que pertenceu a um Governo onde a situação de conflito existente entre as pedreiras de mármore e a estrada que liga (ligava) Borba a Vila Viçosa estava lá. Aliás, segundo se pode apurar, estas pedreiras (as que marginalizam a estrada no local do acidente) existem há mais de 60 anos, embora de início as escavações tenham sido concebidas para uma menor profundidade, o que poderá fazer a diferença.   Mas segundo se refere alguma imprensa o alerta sobre os riscos de colapso da estrada Borba-Vila Viçosa datam de há 4 anos link . Onde estava Assunção Cristas há 4 anos?   Na mesma senda de demagogia o

Espanha – o aniversário da morte de Franco

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Este 20 de novembro foi um dia de êxtase para os órfãos do maior genocida fascista do século XX. No Vale dos Caídos a fila de devotos foi prestar homenagem ao mais frio e cruel ditador da história da Península Ibérica. No 43.º aniversário da morte de Franco, o nacional-catolicismo orou em êxtase e exalou ódio contra quem recusa o cadáver a dominar o espaço da humilhação dos defensores da República, e onde sucumbiram escravizadas milhares de vítimas. Foi a última romagem de aniversário ao Vale dos Caídos. No monumento da vingança contra os vencidos e da exaltação franquista ocorreu a derradeira homenagem ao ditador, em apoteose fascista. Na localidade de Cuenca, um deputado (conselheiro) da autarquia fez-se acompanhar da foto do ditador e da bandeira da Espanha franquista com “Gracias Franco!”, a celebrar o aniversário. Em Saragoça, os franquistas colocaram a bandeira da Falange na imagem da Virgem do Pilar, o que obrigou a diocese a declarar que aconteceu sem a sua autorização.

A Áustria e o véu islâmico

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A Áustria tem um governo que integra a extrema-direita onde a xenofobia não é apenas a imagem que lhe está associada. A política contra os imigrantes, sejam eles refugiados, a fugir à fome ou à guerra, ou outros, à procura de trabalho, não têm uma vida fácil. O racismo e a xenofobia jamais serão virtudes democráticas, mas nem todas as medidas que um governo desta natureza tome, são igualmente condenáveis. O Parlamento austríaco, através dos partidos que formam o governo, aprovou hoje, dia 21, a proibição do véu islâmico nas escolas do ensino primário, abrangendo as crianças do sexo feminino, entre os seis e os dez anos. Nota-se a intenção anti-islâmica da medida, mas ela devia ser uma decisão na defesa da laicidade, incluída na proibição de símbolos religiosos no espaço da escola pública. Se a defesa da laicidade fosse a prática dos governos europeus, sempre prontos à genuflexão pia, os símbolos ostensivos de qualquer religião deviam ser retirados do espaço público, sobretudo d

Espanha – Finalmente...

O Senado aprovou uma moção que condena a ditadura, pede a proibição das fundações que exaltem o fascismo e mostra anuência à exumação de Franco do Vale dos Caídos e à reforma da Lei de Memória Histórica. A moção foi aprovada com 97 votos a favor, 136 abstenções e nenhum voto contra. PP e Ciudadanos abstiveram-se. O PP justificou a abstenção com o facto de a moção condenar o nazismo e o fascismo e não o comunismo. Está, finalmente, aberta a porta para extinção da Fundação Francisco Franco cujo objetivo é a defesa da ideologia e da prática franquista que deu origem aos maiores crimes. Finalmente…

A ASJ e as ameaças sindicais

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Não se pode exigir o discernimento e a ponderação de juízes a sindicalistas excitados e com eventual agenda política. Estes serão sempre parecidos com colegas da estiva, dos estaleiros, das fábricas ou dos serviços, agora que os assalariados rurais já são raros. O que surpreende é a existência de uma associação ‘sindical’ de juízes, e o que se torna inaceitável é ver os seus dirigentes a chantagear o Governo e a ameaçar com uma greve, como se os membros de um órgão da soberania pudessem comportar-se como normais assalariados. Se assim é, há motivo para que o Governo proceda à requisição civil, uma anomalia equivalente na subversão das regras democráticas. A democracia precisa da independência dos juízes, como da serenidade e bom senso que os carateriza. Muitos juízes devem sentir-se humilhados com a forma e a substância das ameaças veiculadas na comunicação social por sindicalistas exaltados. É indiscutível que os magistrados, juízes e procuradores, devam ganhar bem, de acordo

Guerras – Quem ganha e quem perde

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Nas guerras que os interesses económicos, financeiros e geoestratégicos fomentam, um pouco por todo o mundo, ganham certamente os fabricantes de armas, os países que as promovem e perpetuam, geralmente por intermédio de outros países, e perdem os desgraçados a quem as bombas, a fome e a tragédia batem à porta, levando as pessoas e o os haveres. Apesar de as vítimas prediletas das guerras serem os pobres, há no horizonte perspetivas de que a próxima guerra, global e definitiva, traga alguma equidade na distribuição da desgraça. Talvez sem ninguém para se queixar.

Os ingleses e o Brexit

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Os ingleses são capazes do melhor e do pior, de serem os primeiros a pressentir o futuro e a regressar ao passado. Desde os tempos de João Sem-Terra e da Magna Carta, nos primórdios do século XIII, a Inglaterra esteve na vanguarda das transformações civilizacionais e da marcha para a liberdade. John Locke publicou «Dois Tratados sobre o Governo», antes das principais obras do Iluminismo, incluindo o Contrato Social, de Rousseau, de 1762, e tinha sido nele e nas instituições inglesas que Montesquieu bebeu a teoria da Separação dos Poderes, ainda longe do racionalismo, do iluminismo e do modelo oitocentista do Estado de direito. Aliás, Montesquieu morreu antes de conhecer as principais obras do Iluminismo, antes das revoluções francesa e norte-americana, não surpreendendo que o seu pensamento sugerisse uma sociedade de liberdade entre diferentes e não ainda a sociedade igualitária que a Revolução Francesa reclamou. A Inglaterra, pioneira na revolução industrial, na democracia e

El Salvador e o aborto

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El Salvador não é um país, é uma reserva do catolicismo jurássico que contamina todas as instituições, subverte os direitos da mulher e indigna os humanistas. Em El Salvador o aborto espontâneo pode conduzir a severas penas de prisão e não há perigo de vida da mãe, malformação do feto ou violação da mulher que faça tremer a mão de um juiz ou inquiete a consciência dos legisladores. Desde 1998 a lei não permite exceções que evitem a violência da pena. Se o aborto fosse masculino talvez fosse um sacramento; assim, é mais um anátema para a difícil condição da mulher, frequentemente pobre, rural e pouco instruída. Em 11 de outubro de 2017 a justiça confirmou a sentença de 30 anos para Evelyn Cruz, de 19 anos, num caso manipulado por organismos que procuravam legalizar o aborto no país. Uma jovem, Imelda Cortez, cujos testes provaram ter um défice cognitivo e emocional, está em risco de enfrentar 20 anos de prisão depois de tentar abortar um bebé concebido na sequência de várias v

BREXIT e o drama do paciente inglês…

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O governo de Sua (britânica) Majestade vive dias difíceis e atribulados. Tendo obtido um acordo técnico com a UE sobre o BREXIT depois de largos meses de aturadas negociações seria previsível que chegasse a acalmia. Theresa May assim o esperava. Só que o acordo conseguiu unir os Conservadores na sua rejeição, uns por motivações políticas, outros por calculismo e, finalmente, uns poucos por realismo político. A situação política que o Reino Unido está a enfrentar assenta numa grande indecisão e uma insuportável instabilidade. Na verdade, é difícil, para os cidadãos europeus, prever uma saída para a ‘crise britânica’ que não passe por eleições antecipadas e/ou eventualmente por um segundo referendo. O BREXIT armadilhou a fleumática postura política londrina e gerou ondas de choque que atingiram prioritariamente o nº. 10 da Dowing Street mas dizem respeito a questões muito importantes para os súbitos de Sua Majestade, isto é, prenunciam o desfazer do Reino Unido. Todavia, é pr

Europa, euro e futuro

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As nossas convicções não podem levar-nos à cegueira quanto às posições antagónicas, mas são as nossas e não as dos outros que cabe a cada um exprimir. Sempre fui um europeísta, porque a Europa era já democrática quando Portugal era uma ditadura, porque era civilizada quando éramos atrasados, porque foi solidária com o país saído da guerra e da ditadura, porque acolheu quem fugiu à guerra, à miséria e ao medo. Penso ainda, perante a hegemonia do capital financeiro que comanda a deriva fascista, que a unidade europeia tanto pode conduzir a posições extremadas como moderadas, de esquerda ou de direita, sendo a simpatia ou o horror ao europeísmo menos uma questão ideológica do que uma idiossincrasia. Vejo com angústia o Brexit e a obstinação da Senhora May, a proliferação dos impulsos nacionalistas e o estilhaçar da geografia política, cada vez mais frágil, por todo o espaço europeu. E a Europa soçobrará sem o aprofundamento da integração social, económica e política, onde o exérci

Questão de fé

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Espanha – Tentativa de assassinato do Presidente do Governo, Pedro Sánchez.

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A Justiça espanhola considerou o militante nazi, Manuel Murillo, um atirador olímpico, detentor de um arsenal bélico e preparado para assassinar o Chefe do Governo, como não terrorista. Foi considerado mero portador de intenções de conspiração para atentar contra uma autoridade, apesar da organização, das ligações, dos meios, e da decisão de matar essa ‘autoridade’, que era ‘apenas’ o chefe do Governo de Espanha. E de esquerda! Em Portugal não há um só juiz Fernando Andreu nem chefia da Procuradoria Geral que, conhecendo, desde o início, a detenção de um nazi com um vasto arsenal, que planeasse matar o PM, decidisse não investigar o caso; e, muito menos, uma ‘Audiência Nacional’ capaz de urdir uma mentira inverosímil para ocultar a inércia contra o decidido atirador, cego de raiva pela exumação de Franco do Vale dos Caídos. Manuel Murillo, vigilante de segurança e autor da tentativa de assassinato do presidente do Governo foi detido quando planeava matá-lo. O fascista tinha sid

Sobre greves de trabalhadores e arruaças de militantes políticos

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Não há democracia sem direito à greve, mas há greves sem democracia, e recordo-me da coragem de quem as organizou e dirigiu com a consciência dos riscos e a abnegação de quem enfrentou a repressão, quando todos arriscavam a perseguição, o desemprego e a prisão. Hoje, a greve é um direito que os democratas não discutem, mas, sendo a legitimidade inquestionável para todos os trabalhadores, de onde estão excluídos os membros dos órgãos de soberania, cuja agenda política deve ser escrutinada pelos cidadãos, podem ser justas ou não, viáveis ou irrealistas, merecedoras de apoio ou objeto de reprovação. Não será por acaso que alguns sindicatos andam a reboque de Ordens cujos bastonários têm agenda partidária e fazem desses organismos corporativos instrumento de promoção pessoal e, ultimamente, com chorudos vencimentos e obscenas regalias que acumulam com ordenados da função pública, estranha acumulação na ausência de funções. Há greves oportunistas e injustas, greves que têm como obj

As armas de Tancos

Notícia - Tomou posse na Assembleia da República a comissão parlamentar para averiguar quem sabia o quê sobre Tancos. Surpreende-me a excitação parlamentar para descobrir quem sabia o quê sobre a devolução das armas roubadas e a absoluta indiferença sobre que as roubou e o fim a que eram destinadas.

Sobre a existência de Deus

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Não tenho a mais leve suspeita ou o menor indício da existência de Deus e, por isso, sou ateu. Ontem num auditório da Universidade de Coimbra ficou provado que as religiões podem ser tolerantes e aceitarem o diálogo. É o caso da religião dos meus interlocutores Joel Oliveira Uma honra conversar sobre a fé cristã/ateísmo e a liberdade de expressão com o Prof. Carlos Esperança, Presidente da Associação Ateísta Portuguesa. Hoje às 19h no Pólo Zero no Porto, o senhor que se segue é o meu amigo Rui André, um dos ateus mais inteligentes que eu conheço  :) It is an honor to talk about the Christian faith/atheism and freedom of expression with Prof. Carlos Esperança, President of the Portuguese Atheist Association. Today at 7pm in Porto, the next gentleman with whom i will engage in conversation is my friend Rui Andre, one of the most intelligent atheists I know  :) -  Carlos Esperança Agradeço o convite e felicito quem procura o contraditório sem fogueiras a crepitar no pensam

O caso BPN e os Tribunais

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Não critiquemos os juízes, sobretudo neste caso, em que puniram os delinquentes. Não os confundamos com os ativistas sindicais, com agenda política evidente. Se há queixas, e há, é do Código Penal e do Código do Processo Penal. Desta vez nem os aparentes órgãos oficiosos do SMMP e da ASJ, dissimulados em matutinos e canais generalistas da TV, violaram grosseiramente o segredo de Justiça. É de louvar, apesar da complexidade e inoperância de megaprocessos judiciais, o rombo produzido em estrelas da galáxia cavaquista: Oliveira Costa (ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Cavaco e financiador do PSD) – 12 anos de prisão, por burlas; Arlindo de Carvalho (ex-ministro da Saúde de Cavaco) – 6 anos de prisão, por burla qualificada e fraude fiscal; Francisco Sanches, Luís Caprichoso, e António Coelho Marinho (ex-administradores do BPN), José Neto, sócio de Arlindo de Carvalho numa imobiliária, e José Monte Verde, acionista e devedor do BPN – penas efetivas de prisão por burl

Há virgens em muitos locais, incluindo o Minho.

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Desenho do meu ilustre amigo, escritor, jornalista e cartunista Onofre Varela.

12 de novembro - Efemérides e curiosidades

1927 – Leon Trotsky foi expulso do Partido Comunista da URSS e José Estaline concentrou o poder (perversão do centralismo democrático); 1956 – Nasce Francisco Louçã, um dos mais sólidos economistas portugueses e dos mais notáveis oradores parlamentares da 2.ª República.

Finalmente, fez-se justiça. Processo arquivado.

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Há anos 31-8/6-9-2017 Ontem Cartune - O humor é eterno

11-11-1918 – 1 século e muitas guerras após a paz

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Há cem anos foi assinado o Armistício que pôs fim à Guerra de 1914/18 e determinou o cessar-fogo a partir da 11.ª hora, do 11.º dia, do 11.º mês, desse ano de 1918. Morreram 9 milhões de soldados e ficaram feridos ou gaseados 21 milhões, enquanto os civis que pereceram, vítimas da guerra, se saldaram em cerca de 5 milhões. Nunca mais uma guerra atingiu sobretudo militares. Duas décadas depois, uma nova guerra (1939/45), muito mais mortífera, duraria 6 anos, e deixaria dezenas de milhões de mortos civis. Na origem de ambas, esteve o descrédito da democracia, que todos os demagogos e populistas estimulam. À medida que os últimos sobreviventes vão desaparecendo, novos motivos estão a ser criados para provocar outra, agora de forma mais violenta e com a capacidade destrutiva do sistema financeiro aumentada. Hoje, arriscam-se a ser vítimas todos os que assistirem ao desencadear de uma nova e derradeira guerra. São péssimo pronúncio os nacionalismos que se exacerbam, como se a Hu

EMÍLIA CERQUEIRA e as virgens ofendidas, loucas ou desbocadas…

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O folhetim das assinaturas ilícitas do deputado José Silvano continua a dar que falar. Agora surge um novo capítulo. Uma deputada – Emília Cerqueira que está desde há 3 anos no Parlamento - desconhecia que ao abrir um computador assinava automaticamente a respetiva presença no hemiciclo. Ninguém percebe como a senhora deputada regista a sua presença no dia-a-dia. E tentar ligar todo este imbróglio das presenças dos deputados a um incidente do tipo dos ancestrais ‘ lapsus calami ’, neste caso, um ‘ lapsus tecale ’ é, verdadeiramente, inverosímil. Mas o pior terá sido a metodologia. A assinatura digital de uma presença fictícia (ou factícia?) durante sessões (pelo menos duas) em que um dos 230 titulares de um órgão de soberania estava ausente é ‘justificada’ com o anúncio de uma outra inconformidade: uma possível disseminação das palavras passes de acesso aos computadores pelos deputados. Sem querer entrar no âmbito do ‘crime de devassa (pirataria) informática’ o País foi informa

Associação 25 de Abril -- Carta de Vasco Lourenço aos sócios

A saga do “assalto a Tancos” continua Tem juízo! Não te metas nisso! Já assumiste posição pública, já difundiste a tua opinião, já toda a gente sabe que para ti nunca houve assalto, que tudo não passa de uma farsa com fins políticos! Porque insistes? Deixa que tudo se esclareça, não arrisques cenários que não podes provar! Ao fim e ao cabo, vão comentar "lá vem este, com a teoria da conspiração, a defender a Geringonça! Deixa andar a carruagem, não te metas nisso! Pois é, como seria mais fácil seguir as opiniões de amigos, seguir os seus conselhos, perante o meu pedido de crítica ao projecto de mais um texto meu sobre o "assalto" aos paióis de Tancos! Sim, seria mais fácil, seria mais cómodo, por isso tenho hesitado, mas ... continuo na mesma, não sei “assobiar para o lado” face a problemas que me tocam ...continuo a não ter juízo! Porquê? Porque, além de tudo o mais - e não é pouco - estou farto, sinto-me enojado com a exploração da farsa! Então, agora,