Notas Soltas – novembro/2018


Espanha – A investigação jornalística à vida do rei emérito Juan Carlos deu a conhecer o carácter do Bourbon que Franco impôs, a sua cupidez e conduta venal. O mulherengo recebia comissões de negócios opacos e terá ocultado ao fisco 2.000 milhões de €€.

Sérgio Moro – Se um juiz se apressa a acusar, julgar e prender um candidato que pode ganhar as eleições, ou é zelador excecional dos interesses do Estado ou tem uma agenda política. Bolsonaro deve-lhe a Presidência, e pagou-lhe a venalidade com um ministério.

Web Summit – A realização em Lisboa da cimeira de tecnologia, com garantia de mais uma década, é um evento de enorme interesse nacional. Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Fernando Medina tornaram Lisboa uma cidade apetecível e motor da economia do país.

EUA – As eleições intercalares criaram alguma esperança aos democratas com a vitória no Congresso, mas os republicanos mantêm o Senado, que molda o Supremo Tribunal e o fará ultraconservador por vários anos, depois de Trump. O mundo continua perplexo.

Tancos – O roubo de armas é tão grave que é intolerável que partidos políticos exijam saber quem soube da devolução em vez de exigirem que a polícia descubra a autoria do roubo e o destino das armas. Será difícil descobrir quem as roubou e com que fim?

Fascismo – Manuel Murillo, filho do último autarca franquista da localidade catalã de Rubí (1962/77), inquieto pela exumação de Franco, do Vale dos Caídos, preparava o assassínio do presidente do Governo espanhol quando foi preso. O fascismo renasce.

Centenário do Armistício da Guerra de 1914/18 – A reprovação do nacionalismo de Trump, por Macron e Merkel, não foi só a discórdia com o leviano PR dos EUA, foi um grito de independência e o apelo à união para a sobrevivência da Europa.

Polónia – A Europa ultranacionalista manifestou-se em Varsóvia, para comemorar os 100 anos da independência do País, reunindo 220 mil pessoas na exibição da extrema-direita católica, com extremistas húngaros, italianos, eslovacos e de outros países.

Exército europeu – Merkel e Macron propõem um exército comum para a UE. Não vai ser aceite, mas só a integração económica, social e política, poderia evitar a irrelevância, a guerra e a penúria que ameaça o espaço europeu. A lepra nacionalista é imparável.

Brexit – A obstinação da Sr.ª May fará regredir o Reino Unido, e a decisão suicida leva a desunião à União Europeia. Quando a Europa, farol da civilização, precisava de união, desintegra-se para se tornar uma irrelevância e palco de confrontos internos.

Califórnia – Dos 10 incêndios assinalados, desde1933, o de 2018 é o mais devastador. Os outros 9 ocorreram desde 2000, 5 desde 2010. No futuro serão mais violentos e frequentes, e há quem despreze as alterações climáticas e as tragédias provocadas.

Arábia Saudita – O homicídio do jornalista Jamal Khashoggi com requintes cruéis, no consulado de Istambul, foi ordenado pelo príncipe herdeiro saudita, segundo conclusão da CIA. Trump manteve as relações e o apoio ao aliado e comprador de armas.

Associação Sindical de Juízes – Os sindicalistas da exótica associação ignoram que os juízes integram um órgão de soberania e a greve parece revelar uma agenda política e a afronta de reivindicarem vencimentos superiores aos do primeiro-ministro.

Polónia – O Governo recuou na reforma que subjugava o Supremo Tribunal. Reprovada pela jurisprudência da UE, o Parlamento aprovou a emenda que reintegra os 27 juízes obrigados a jubilar-se. Jaroslaw Kaczynski recuou e a independência dos juízes ganhou.

Áustria – A proibição do véu islâmico, nas escolas primárias, abrange meninas dos 6 aos 10 anos. Votada no Parlamento pelos partidos do Governo, sendo um de extrema-direita, tem o mérito de impedir que um símbolo identitário se sobreponha à laicidade.  

Gibraltar – O Brexit aumenta os argumentos de Espanha. É inaceitável uma base naval de um país alheio ao território da UE a fragilizar a sua soberania. O rochedo estratégico seria para a UE o que Macau e Hong Kong foram para a China.

PSD – A guerrilha interna contra o líder e quem o apoia, incluindo a devassa ao passado de Rui Rio, na esperança de encontrarem alguma fragilidade, revela o pior da direita que Cavaco, Passos Coelho e Portas legaram ao País.

Moçambique – Os muçulmanos têm especial atração pelo radicalismo, e as chacinas no Norte do país atingem regiões de reservas de gás natural. É uma coincidência estranha a descoberta de combustíveis fósseis e a chegada do terrorismo islâmico.

Síria – O recurso à guerra química prossegue, com Bashar al-Assad a acusar os rebeldes e vários países a atribuírem o crime ao Governo. Os antecedentes, de todos, provocam sérias dúvidas sobre a autoria dos crimes cuja crueldade não tem fim.

Rússia – A Ucrânia provocou um choque naval e Putin respondeu com a brutalidade do autocrata. A captura dos vasos de guerra em águas fundamentais à segurança da Rússia, é mais um foco de incêndio reavivado que pode alastrar ao resto do mundo.

Goldman Sachs – O banco de investimento dos EUA, único dos grandes que resistiu à crise de 2008, está mergulhado num enorme escândalo financeiro de desvio fraudulento de fundos e corrupção política no sudoeste asiático. Copiou o BPN, BES, BPP e outros.

Aliança – Segundo o criador, Pedro Santana Lopes, já nasceu o novo partido político da direita. Segundo confirmou, via Facebook, já teve luz verde do Tribunal Constitucional. Pode não ter um programa, e já tem um populista ao leme.

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