Europa, euro e futuro
As nossas convicções não podem levar-nos à cegueira quanto às posições antagónicas, mas são as nossas e não as dos outros que cabe a cada um exprimir.
Sempre fui um europeísta, porque a Europa era já democrática quando Portugal era uma ditadura, porque era civilizada quando éramos atrasados, porque foi solidária com o país saído da guerra e da ditadura, porque acolheu quem fugiu à guerra, à miséria e ao medo.
Penso ainda, perante a hegemonia do capital financeiro que comanda a deriva fascista, que a unidade europeia tanto pode conduzir a posições extremadas como moderadas, de esquerda ou de direita, sendo a simpatia ou o horror ao europeísmo menos uma questão ideológica do que uma idiossincrasia.
Vejo com angústia o Brexit e a obstinação da Senhora May, a proliferação dos impulsos nacionalistas e o estilhaçar da geografia política, cada vez mais frágil, por todo o espaço europeu. E a Europa soçobrará sem o aprofundamento da integração social, económica e política, onde o exército comum proposto pela Senhora Merkel e Macron faz sentido, tal como a diplomacia comum e a defesa dos interesses geoestratégicos, perante a crescente hegemonia chinesa, a destabilização muçulmana, a competição russa, a errática política dos EUA e a ameaça que todas representam.
Só um grande bloco político, cultural, económico, militar e financeiro pode fazer face à gula dos concorrentes. Não é na penúria a que nos conduzirão as guerras intestinas, na rivalidade entre países e dentro de cada um deles que é possível preservar um módico de esperança para os europeus.
Divididos, não salvamos a moeda única e, bem mais grave, não faremos frente à ameaça que paira sobre a nossa civilização, incapazes de defender a herança do Renascimento, do Iluminismo e da Revolução Francesa quando novos bárbaros despontam, indiferentes aos direitos humanos, ao cosmopolitismo e à miscigenação que moldaram a Europa que permanece como farol de esperança para o mundo.
As alterações climáticas, a bomba demográfica, a exaustão do Planeta e a minimização das consequências da robotização em curso só podem ser prevenidas com uma Europa forte que, à direita e à esquerda, muitos querem destruir. A água, o oxigénio, o ozono, a saúde e a sustentabilidade do Planeta precisam da unidade europeia, tal como os nossos filhos e netos cujos recursos nos habituámos a consumir como se o futuro não fosse um problema nosso.
É pelos filhos e netos, para que possam viver em paz e sobreviver felizes, que defendo a Europa unida e solidária, sim, até aos Urais, uma Europa que sobreviverá se quisermos e morrerá connosco se o não quisermos. Só há uma Terra e o que se passar em qualquer parte repercutir-se-á no todo.
É urgente substituir o comunitarismo pelo multiculturalismo e obstar a que o tribalismo substitua o cosmopolitismo. É fácil fazer vibrar as cordas identitárias, mas é difícil criar uma cidadania alargada e impossível alcançar a harmonia universal de que não devemos desistir.
Sempre fui um europeísta, porque a Europa era já democrática quando Portugal era uma ditadura, porque era civilizada quando éramos atrasados, porque foi solidária com o país saído da guerra e da ditadura, porque acolheu quem fugiu à guerra, à miséria e ao medo.
Penso ainda, perante a hegemonia do capital financeiro que comanda a deriva fascista, que a unidade europeia tanto pode conduzir a posições extremadas como moderadas, de esquerda ou de direita, sendo a simpatia ou o horror ao europeísmo menos uma questão ideológica do que uma idiossincrasia.
Vejo com angústia o Brexit e a obstinação da Senhora May, a proliferação dos impulsos nacionalistas e o estilhaçar da geografia política, cada vez mais frágil, por todo o espaço europeu. E a Europa soçobrará sem o aprofundamento da integração social, económica e política, onde o exército comum proposto pela Senhora Merkel e Macron faz sentido, tal como a diplomacia comum e a defesa dos interesses geoestratégicos, perante a crescente hegemonia chinesa, a destabilização muçulmana, a competição russa, a errática política dos EUA e a ameaça que todas representam.
Só um grande bloco político, cultural, económico, militar e financeiro pode fazer face à gula dos concorrentes. Não é na penúria a que nos conduzirão as guerras intestinas, na rivalidade entre países e dentro de cada um deles que é possível preservar um módico de esperança para os europeus.
Divididos, não salvamos a moeda única e, bem mais grave, não faremos frente à ameaça que paira sobre a nossa civilização, incapazes de defender a herança do Renascimento, do Iluminismo e da Revolução Francesa quando novos bárbaros despontam, indiferentes aos direitos humanos, ao cosmopolitismo e à miscigenação que moldaram a Europa que permanece como farol de esperança para o mundo.
As alterações climáticas, a bomba demográfica, a exaustão do Planeta e a minimização das consequências da robotização em curso só podem ser prevenidas com uma Europa forte que, à direita e à esquerda, muitos querem destruir. A água, o oxigénio, o ozono, a saúde e a sustentabilidade do Planeta precisam da unidade europeia, tal como os nossos filhos e netos cujos recursos nos habituámos a consumir como se o futuro não fosse um problema nosso.
É pelos filhos e netos, para que possam viver em paz e sobreviver felizes, que defendo a Europa unida e solidária, sim, até aos Urais, uma Europa que sobreviverá se quisermos e morrerá connosco se o não quisermos. Só há uma Terra e o que se passar em qualquer parte repercutir-se-á no todo.
É urgente substituir o comunitarismo pelo multiculturalismo e obstar a que o tribalismo substitua o cosmopolitismo. É fácil fazer vibrar as cordas identitárias, mas é difícil criar uma cidadania alargada e impossível alcançar a harmonia universal de que não devemos desistir.
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