A Madeira é um Jardim

Dezasseis partidos e uma coligação disputaram hoje as eleições regionais legislativas da Madeira, um território que tem a dimensão, PIB e população aproximada do concelho de Sintra, com uma administração político-administrativa faraónica. 

A autonomia, necessária e benéfica, foi progressivamente ampliada com a chantagem de Alberto João Jardim e a cumplicidade dos partidos e governos da República, incapazes de porem termo aos desmandos de 43 anos em que o PSD confiscou todos os lugares do aparelho regional e se furtou ao escrutínio da República.

Alberto João Jardim ultrapassou, através de eleições, o tempo de Salazar em S. Bento e exerceu um poder musculado feito de ameaças e prepotência, agora atenuado com o sucessor.

Talvez haja quem ache saudável que o mesmo partido se tenha perpetuado no poder nos 43 anos de poder regional, em democracia.

Não foi ainda hoje que a mera alternância se tornou possível. O PSD tem facilidade em encontrar os deputados que lhe faltam no universo que não cabe num autocarro normal, 47 deputados para tão parca população. Basta uma secretaria regional, equiparada em vencimentos a uma secretaria de Estado da República, para aliciar um dos partidos que elegem 2 ou 3 deputados, sem ideologia, programa ou ética, à procura de uma sinecura.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas destas eleições. que vão servir para propaganda no Continente com os comentadores ‘imparciais’ a tirarem ilações ao sabor das suas inclinações partidárias.

O bailinho da Madeira vai prosseguir com o PSD a dar música na próxima legislatura. Só lhe falta a maioria absoluta que sempre teve.

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