Há 479 anos – o primeiro auto de fé da inquisição portuguesa
Sob o pseudónimo de Tribunal do Santo Ofício vigorou em Portugal um simulacro de Justiça conduzido pela padralhada, dominicanos e jesuítas, entre outros clérigos de mau porte e piores instintos, de Ordens diferentes.
Das cláusulas impostas pelos Reis Católicos de Espanha, Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, para que D. Manuel I pudesse casar com a sua filha, constava a criação da Inquisição como instrumento de perseguição a todas as heresias contra a fé católica, com especial empenho contra judeus que resistissem à conversão ou ainda suspeitos de práticas judaizantes e que fosse oportuno aliviá-los dos bens materiais e castigá-los da heresia pelo fogo purificador das fogueiras.
Se os judeus eram sempre os suspeitos óbvios, já antes alvo de alguns massacres, nunca o Tribunal do Santo Ofício esmoreceu no combate a outras heresias danosas para a alma e os bons costumes, protestantismo, islamismo, blasfémia, feitiçaria, sodomia, bigamia e outros sacrilégios em que a imaginação clerical era fértil.
Em dezembro de 1531, o Papa Clemente VII emitiu finalmente a bula de fundação do Santo Ofício em Portugal, que chegou no país apenas em 1532 para ser oficialmente extinta em 1821. O terramoto de grandes proporções, em 1531, cuja causa foi atribuída pela população portuguesa ao criptojudaísmo dos cristãos-novos deve ter convencido o Papa da urgência da Inquisição. E foi assim que em Évora, Lisboa, Tomar, Coimbra, Lamego e Porto foram criados tribunais para julgar heresias durante quase três séculos.
O primeiro auto de fé em Portugal foi realizado em 20 de setembro de 1540 em Lisboa, na praça do Rossio local habitual de execução, embora sejam também conhecidos autos no Terreiro do Paço.
Era um espetáculo onde o povo se divertia a ver esturricar judeus, bruxas ou hereges de muitas e desvairadas ofensas à fé católica, e onde não faltava a corte, com a sua melhor nobreza e o alto e baixo clero, todos compostos com uma procissão e a alma limpa com o suplício do/a herege.
Portugal e Espanha não tiveram os benefícios da Reforma e sofreram toda a violência da Contrarreforma. No dia de hoje, em 1540, realizou-se em Lisboa, para gáudio da Corte, que esteve presente, o primeiro auto de fé da Inquisição em Portugal.
Há lá espetáculo mais bonito e estimulante para a fé do que ver arder hereges?!
Das cláusulas impostas pelos Reis Católicos de Espanha, Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, para que D. Manuel I pudesse casar com a sua filha, constava a criação da Inquisição como instrumento de perseguição a todas as heresias contra a fé católica, com especial empenho contra judeus que resistissem à conversão ou ainda suspeitos de práticas judaizantes e que fosse oportuno aliviá-los dos bens materiais e castigá-los da heresia pelo fogo purificador das fogueiras.
Se os judeus eram sempre os suspeitos óbvios, já antes alvo de alguns massacres, nunca o Tribunal do Santo Ofício esmoreceu no combate a outras heresias danosas para a alma e os bons costumes, protestantismo, islamismo, blasfémia, feitiçaria, sodomia, bigamia e outros sacrilégios em que a imaginação clerical era fértil.
Em dezembro de 1531, o Papa Clemente VII emitiu finalmente a bula de fundação do Santo Ofício em Portugal, que chegou no país apenas em 1532 para ser oficialmente extinta em 1821. O terramoto de grandes proporções, em 1531, cuja causa foi atribuída pela população portuguesa ao criptojudaísmo dos cristãos-novos deve ter convencido o Papa da urgência da Inquisição. E foi assim que em Évora, Lisboa, Tomar, Coimbra, Lamego e Porto foram criados tribunais para julgar heresias durante quase três séculos.
O primeiro auto de fé em Portugal foi realizado em 20 de setembro de 1540 em Lisboa, na praça do Rossio local habitual de execução, embora sejam também conhecidos autos no Terreiro do Paço.
Era um espetáculo onde o povo se divertia a ver esturricar judeus, bruxas ou hereges de muitas e desvairadas ofensas à fé católica, e onde não faltava a corte, com a sua melhor nobreza e o alto e baixo clero, todos compostos com uma procissão e a alma limpa com o suplício do/a herege.
Portugal e Espanha não tiveram os benefícios da Reforma e sofreram toda a violência da Contrarreforma. No dia de hoje, em 1540, realizou-se em Lisboa, para gáudio da Corte, que esteve presente, o primeiro auto de fé da Inquisição em Portugal.
Há lá espetáculo mais bonito e estimulante para a fé do que ver arder hereges?!
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