As próximas eleições e o voto
Seria uma enorme ingenuidade e falta de respeito pelos leitores imaginar que as minhas posições políticas pudessem influenciar quem quer que fosse a definir o partido em que há de votar no próximo dia 6 de outubro.
Não sou independente, ninguém é independente, e tenho convicções profundas. Sou um social-democrata de longa data e só se surpreenderá quem não me leia habitualmente ou julgue as ideologias partidárias pelas denominações dos partidos, registados no Tribunal Constitucional.
Há mais de sessenta anos, tinha então 14, que a política me atraiu. Escrevi uma carta de apoio a Arlindo Vicente, entusiasmado pelo manifesto da sua candidatura que os jornais publicaram. A profissão de advogado e os termos do manifesto pesaram no adolescente antissalazarista que não conhecia outras alternativas além do partido único e da eventual mudança para um sistema pluripartidário que sabia haver, para lá dos Pirenéus.
Desde então nunca mais a política deixou de me interessar como instrumento necessário para a gestão do interesse público. Poucos cidadãos têm intervindo tanto civicamente, sem terem ocupado ou pensarem ocupar qualquer cargo político.
A maior parte das vezes estive em minoria no combate pelas ideias que defendo, mas no atual Governo raramente estive em desacordo, apoiando quase sempre as suas decisões que resultaram do programa do PS com apoio do BE, PCP e PEV e que nos salvaram da deriva extremista, no PSD e no País, apoiada por Passos Coelho, Cavaco e Portas.
Naturalmente que não me revejo de igual forma nos partidos que apoiaram a criativa via social-democrata deste Governo, mas estou grato a todos pelos resultados obtidos e pela mudança de rumo que imprimiram à política portuguesa.
Não voto nos partidos da direita democrática, por razões ideológicas e pelo meu passado político, embora lamente a derrota excessiva do PSD, que pode conduzir à radicalização dos seus militantes e dos do CDS, seu partido satélite.
Quanto ao PS, BE e PCP-PEV, votarei naquele que no meu círculo eleitoral, segundo as sondagens, tiver em risco o último deputado, só votando no partido de que me sinta mais próximo se o deputado em risco for dos partidos da direita.
Esta posição, quando o perigo totalitário mora à direita em toda a Europa, não é original nem nova, e contém uma forte carga pragmática onde ao medo da derrota excessiva da direita democrática se sobrepõe o desejo de uma AR com 2/3 de deputados de esquerda numa legislatura de possível revisão da Constituição.
Sou assim.
Não sou independente, ninguém é independente, e tenho convicções profundas. Sou um social-democrata de longa data e só se surpreenderá quem não me leia habitualmente ou julgue as ideologias partidárias pelas denominações dos partidos, registados no Tribunal Constitucional.
Há mais de sessenta anos, tinha então 14, que a política me atraiu. Escrevi uma carta de apoio a Arlindo Vicente, entusiasmado pelo manifesto da sua candidatura que os jornais publicaram. A profissão de advogado e os termos do manifesto pesaram no adolescente antissalazarista que não conhecia outras alternativas além do partido único e da eventual mudança para um sistema pluripartidário que sabia haver, para lá dos Pirenéus.
Desde então nunca mais a política deixou de me interessar como instrumento necessário para a gestão do interesse público. Poucos cidadãos têm intervindo tanto civicamente, sem terem ocupado ou pensarem ocupar qualquer cargo político.
A maior parte das vezes estive em minoria no combate pelas ideias que defendo, mas no atual Governo raramente estive em desacordo, apoiando quase sempre as suas decisões que resultaram do programa do PS com apoio do BE, PCP e PEV e que nos salvaram da deriva extremista, no PSD e no País, apoiada por Passos Coelho, Cavaco e Portas.
Naturalmente que não me revejo de igual forma nos partidos que apoiaram a criativa via social-democrata deste Governo, mas estou grato a todos pelos resultados obtidos e pela mudança de rumo que imprimiram à política portuguesa.
Não voto nos partidos da direita democrática, por razões ideológicas e pelo meu passado político, embora lamente a derrota excessiva do PSD, que pode conduzir à radicalização dos seus militantes e dos do CDS, seu partido satélite.
Quanto ao PS, BE e PCP-PEV, votarei naquele que no meu círculo eleitoral, segundo as sondagens, tiver em risco o último deputado, só votando no partido de que me sinta mais próximo se o deputado em risco for dos partidos da direita.
Esta posição, quando o perigo totalitário mora à direita em toda a Europa, não é original nem nova, e contém uma forte carga pragmática onde ao medo da derrota excessiva da direita democrática se sobrepõe o desejo de uma AR com 2/3 de deputados de esquerda numa legislatura de possível revisão da Constituição.
Sou assim.
Comentários
Obrigado. Já corrigi.