01 de fevereiro de 1908

Há 112 anos foi assassinado a tiro e com uma estocada pelas costas pela polícia em Lisboa, Manuel dos Reis da Silva Buíça, carbonário da choça Segredo, enterrado a 11/2 no Cemitério do Alto de S. João.

Honrado republicano, aqui fica a homenagem e a referência ao enterro civil.

Sem ele, sem a sua coragem, teriam sido deportados muitos portugueses e outros teriam morrido. Executou uma sentença que hoje nos repugna, mas que exigiu alto sentido patriótico e exemplar espírito republicano.

Manuel Buíça e Alfredo Costa imolaram-se no altar da Pátria para nos legarem a República.


Comentários

Jaime Santos disse…
Um homem assassinar outro homem, Carlos Esperança, só se concebe se estivermos perante um tirano, coisa que o Rei D. Carlos I estava longe de ser, desculpe que lhe diga. Máximo representante de uma casta aristocrática e corrupta que dominava o País talvez, mas isso nunca justificaria que se lhe tirasse a vida a ele e ainda menos ao príncipe herdeiro, deixando o trono nas mãos de um jovem impreparado.

Uma parte dos conflitos que minaram o regime republicano teve precisamente origem no clima de violência política que porventura se inicia com o assassinato do Rei em 1908.

O insuspeito Camus disse uma vez da execução de Luís XVI que se tinha tirado a vida a um homem fraco e bom. Cometer uma injustiça em nome da justiça não é apenas errado, como semeia a sede de vingança...

Os nossos pais fundadores em 1974-1976 foram bem mais inteligentes na sua relação com as facções mais extremistas (recordo-me de Mário Soares ter perdoado a Ramiro Moreira) do que os republicanos do início de nosso século. O País tem vivido numa acalmia em que todos os actores em contenda aceitam as regras do regime democrático. Até agora, pelo menos...

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