A pandemia, a morbilidade partidária e a insânia episcopal
O Mundo não estava preparado para a pandemia do coronavírus e muitos indivíduos não estão preparados para viver em sociedade. Alguns, com elevadas responsabilidades, não têm a inteligência emocional, a racionalidade e a decência que deviam.
A incapacidade de perceberem que estamos a viver um momento de enormes incertezas e profundas alterações, uma catástrofe cujo desfecho ignoramos, transforma as pessoas aparentemente normais em execráveis trogloditas.
O jornalista Rui Tavares Guedes, refere na Visão, ontem, a conferência premonitória de Bill Gates, em Vancouver, março de 2015, em que disse a uma plateia calada que tinha crescido a temer a possibilidade de uma guerra nuclear e que tinha mudado de opinião, afirmando: “É mais provável morrerem 10 milhões de pessoas nas próximas décadas devido a um vírus altamente contagioso do que devido a uma guerra nuclear. A maior ameaça já não são os mísseis, mas sim os micróbios” (pág. 22). Disse-o há 5 anos.
Entre a capacidade intelectual e emocional da reflexão premonitória de Bill Gates e a indigência de certas celebridades nacionais há um abismo. Estas são estrelas paroquiais.
– Paulo Mota Pinto, falhado CEO do BES, avisou o governo de que não podia usar o coronavírus como álibi para um mau desempenho da economia. “Os portugueses não aceitarão álibis” por causa da epidemia, disse Mota Pinto.
– Joaquim Miranda Sarmento, porta-voz de Rui Rio para as Finanças, afirmou: “Nesta fase crítica, seguramente precisamos que o dr. Centeno continue como ministro das Finanças, até para mostrar de facto a robustez que tanto apregoa nas contas públicas e na economia portuguesa”.
– O sr. Manuel Linda, bispo do Porto, um primata paramentado que já não surpreende, disse que só cancelava a missa comemorativa da eleição do Papa com "intervenção do Estado". Gostava certamente que lhe proibissem a missa, quando o ofício de rezar é o mais fácil de exercer a nível domiciliário. Dececionado pelo silêncio do Estado, acabou por cancelar a ameaça, à última hora, mais convencido da sensatez dos homens do que da bondade do seu deus.
Há motivos de preocupação e o dever de não entrar em pânico. Pela minha parte, limito-me a estar atento às autoridades de saúde do meu país e a cumprir escrupulosamente as recomendações, especialmente no cuidado de lavar as mãos. Como se tivesse acabado de apertar a mão a qualquer das personalidades referidas.
A incapacidade de perceberem que estamos a viver um momento de enormes incertezas e profundas alterações, uma catástrofe cujo desfecho ignoramos, transforma as pessoas aparentemente normais em execráveis trogloditas.
O jornalista Rui Tavares Guedes, refere na Visão, ontem, a conferência premonitória de Bill Gates, em Vancouver, março de 2015, em que disse a uma plateia calada que tinha crescido a temer a possibilidade de uma guerra nuclear e que tinha mudado de opinião, afirmando: “É mais provável morrerem 10 milhões de pessoas nas próximas décadas devido a um vírus altamente contagioso do que devido a uma guerra nuclear. A maior ameaça já não são os mísseis, mas sim os micróbios” (pág. 22). Disse-o há 5 anos.
Entre a capacidade intelectual e emocional da reflexão premonitória de Bill Gates e a indigência de certas celebridades nacionais há um abismo. Estas são estrelas paroquiais.
– Paulo Mota Pinto, falhado CEO do BES, avisou o governo de que não podia usar o coronavírus como álibi para um mau desempenho da economia. “Os portugueses não aceitarão álibis” por causa da epidemia, disse Mota Pinto.
– Joaquim Miranda Sarmento, porta-voz de Rui Rio para as Finanças, afirmou: “Nesta fase crítica, seguramente precisamos que o dr. Centeno continue como ministro das Finanças, até para mostrar de facto a robustez que tanto apregoa nas contas públicas e na economia portuguesa”.
– O sr. Manuel Linda, bispo do Porto, um primata paramentado que já não surpreende, disse que só cancelava a missa comemorativa da eleição do Papa com "intervenção do Estado". Gostava certamente que lhe proibissem a missa, quando o ofício de rezar é o mais fácil de exercer a nível domiciliário. Dececionado pelo silêncio do Estado, acabou por cancelar a ameaça, à última hora, mais convencido da sensatez dos homens do que da bondade do seu deus.
Há motivos de preocupação e o dever de não entrar em pânico. Pela minha parte, limito-me a estar atento às autoridades de saúde do meu país e a cumprir escrupulosamente as recomendações, especialmente no cuidado de lavar as mãos. Como se tivesse acabado de apertar a mão a qualquer das personalidades referidas.
Comentários