Até aqui cheguei…
Há dias vi um excelente filme, “J'Accuse – O Oficial e o Espião”, a história do capitão Alfred Dreyfus cuja memória me remeteu para o artigo de Émile Zola, um escritor que influiu na formação do meu gosto literário. O filme, de Roman Polanski surpreendeu-me pela qualidade e rara beleza de que só a genialidade do velho cineasta foi capaz.
Quando surge um novo filme de Woody Allen, não resisto igualmente à delícia que o notável cineasta, músico, intérprete, escritor e comediante me proporciona.
Desconheço se as acusações de que são alvo quanto a longínquas e reprováveis atitudes contra mulheres são verdadeiras. Não serei eu a absolver ou minimizar os crimes, e não deixarei de apreciar as suas obras e tê-las por imprescindíveis. É a mesma razão que me levou a conduzir mil quilómetros para ver Guernica, quando o quadro de Picasso veio para Espanha e foi apresentado no Palácio do Bom Retiro, um quadro emblemático do maior artista plástico do século XX, que voltei a apreciar demoradamente mais três ou quatro vezes, no Museu Rainha Sofia. E sei como Picasso tratou as mulheres.
Usei no título a expressão de Saramago cujo contexto é conhecido da maioria dos meus amigos.
Até aqui cheguei. As perseguições a Polanski e Woody Allen, este último a ver recusada a publicação do seu livro de memórias, parecem uma Cruzada, um ato de esquizofrenia coletiva que exige o sangue dos alegados criminosos e a destruição da sua obra.
Há movimentos cuja radicalização exige a coragem cívica de os travar. Até aqui cheguei e não aceito constrangimentos à denúncia do que comecei por ver com simpatia e acabo a olhar com nojo.
Primeiro contestaram a sedução, depois tentaram matar o amor heterossexual e agora querem vingar-se de quem criou obras inolvidáveis, numa sede de vingança, numa orgia de ódio, na beata perseguição onde a delação, a censura e a vingança se abraçam numa mistura de inquisição, polícia de choque e apelo ao linchamento.
Repudio e combaterei a esquizofrenia politicamente correta, capaz de destruir a cultura, a civilização e os direitos humanos.
Até aqui cheguei. Não darei mais para esse peditório.
Quando surge um novo filme de Woody Allen, não resisto igualmente à delícia que o notável cineasta, músico, intérprete, escritor e comediante me proporciona.
Desconheço se as acusações de que são alvo quanto a longínquas e reprováveis atitudes contra mulheres são verdadeiras. Não serei eu a absolver ou minimizar os crimes, e não deixarei de apreciar as suas obras e tê-las por imprescindíveis. É a mesma razão que me levou a conduzir mil quilómetros para ver Guernica, quando o quadro de Picasso veio para Espanha e foi apresentado no Palácio do Bom Retiro, um quadro emblemático do maior artista plástico do século XX, que voltei a apreciar demoradamente mais três ou quatro vezes, no Museu Rainha Sofia. E sei como Picasso tratou as mulheres.
Usei no título a expressão de Saramago cujo contexto é conhecido da maioria dos meus amigos.
Até aqui cheguei. As perseguições a Polanski e Woody Allen, este último a ver recusada a publicação do seu livro de memórias, parecem uma Cruzada, um ato de esquizofrenia coletiva que exige o sangue dos alegados criminosos e a destruição da sua obra.
Há movimentos cuja radicalização exige a coragem cívica de os travar. Até aqui cheguei e não aceito constrangimentos à denúncia do que comecei por ver com simpatia e acabo a olhar com nojo.
Primeiro contestaram a sedução, depois tentaram matar o amor heterossexual e agora querem vingar-se de quem criou obras inolvidáveis, numa sede de vingança, numa orgia de ódio, na beata perseguição onde a delação, a censura e a vingança se abraçam numa mistura de inquisição, polícia de choque e apelo ao linchamento.
Repudio e combaterei a esquizofrenia politicamente correta, capaz de destruir a cultura, a civilização e os direitos humanos.
Até aqui cheguei. Não darei mais para esse peditório.
Comentários
Certo.
João Pedro
Com Plácido Domingo está a acontecer o mesmo e eu não posso deixar de amar um dos melhores tenores do mundo.
Será que esta onda alguma vez irá parar?