EUA
No primeiro mandato o mundo viveu incrédulo e receoso com Trump, um desmiolado PR, mitómano e narcisista, indiferente ao dano à reputação dos EUA, incitando ditaduras.
Agora vem ainda pior e pior acompanhado.
No primeiro mandato o mundo viveu incrédulo e receoso com Trump, um desmiolado PR, mitómano e narcisista, indiferente ao dano à reputação dos EUA, incitando ditaduras.
Agora vem ainda pior e pior acompanhado.
Comentários
Na teoria político-jurídica actual dos EUA, sob a égide de Trump, parece haver bastante espaço para o retomar do famoso adágio vindo do direito romano de Ulpiano de que “o príncipe não se encontra vinculado às leis” (“princeps legisbus solutus est”), indicando que o governante não estará limitado pelas leis, mas situado acima delas.
Com efeito, no pensamento político ocidental, mesmo antes da criação dos quadros jurídicos estaduais contemporâneos, a relação de um poder absoluto do governante perante as limitações que o Direito estabelece (que em Roma e no “direito romano”, era justificada pela ideia de que há um “princeps legibus solutus”, um governante “solto” das amarras da sua vinculação às suas próprias leis) foi sendo mitigada pela própria concepção cristã ocidental do exercício do poder, que obrigava à autolimitação do governante por um imperativo moral, mesmo se não-jurídico.
Mas que príncipe, que comunidade, pode idealizar-se perante as primeiras decisões do novo Presidente dos Estados Unidos, nomeadamente do perdão presidencial de Donald Trump a acusados e condenados pelos crimes associados ao ataque ao Capitólio de 2021 cometidos contra polícias (4 agentes morreram e mais de 140 ficaram feridos) que procuravam defender os membros e as instalações do Congresso, o órgão supremo do poder legislativo do governo federal, de acordo com a Constituição dos EUA.
Decididamente, os EUA, sob o mandato de Trump, passou a ser o guia da extrema-direita mundial e o conceito ocidental de democracia liberal deixou de ser bem acolhido do outro lado do Atlântico, em Washington.