Aviões da CIA: Sócrates diz não à Europa

«O Governo português não vai fornecer informações ao Parlamento Europeu, que investiga o envolvimento e cumplicidade de Estados-membros da União Europeia em alegadas actividades ilegais da CIA na Europa».

Não é apenas a União Europeia que tem o direito de pedir explicações, é Portugal e os portugueses que têm obrigação de as exigir.

Adenda: 20H45
Diário de Notícias - Lisboa Notícia sobre recusa de informações «falsa», diz ministro

TSF Online - 5 horas atrásPedro Silva Pereira manifestou, pelo contrário, nas declarações que fez em conferência de imprensa no final da reunião de hoje do Conselho de Ministros, disponibilidade do executivo para colaborar com as instâncias europeias. ...

Comentários

Anónimo disse…
No relatório da Comissão Europeia há um longo repertório (listagem com 75 escalas)de passagens de aviões "suspeitos" - não obrigaóriamente da CIA, nem obrigatoriamente transportando prisioneiros de guerra - para locais onde foram referenciados "campos de tortura" para prisioneiros (eles chamam-lhes "terroristas"), sob a alçada dos EUA e "trabalhados" pela CIA.

Os voos "suspeitos" que dizem respeito a Portugal, fizeram escala em Ponta Delgada (30) e Santa Maria (19), no Açores, e no Porto (26). Um score impressionante!

A determinação "nacionalista" de Socrates ao recusar prestar contas ao Parlamento Europeu, é uma manobra dilatória ou, pior, uma petulância. Na verdade, o que está em causa são questões realtivas aos direitos universais do Homem e, portanto, os esclarecimentos poderão ter lugar em qualquer aerópago do Mundo. Sócrates ao entrincheirar-se na barricada nacionalista foge - como diz o povo - com o rabo à seringa.

De qualquer modo, este melindroso assunto diz respeito à Assembleia da República - orgão fiscalizador do Governo. Portanto, a tentativa dilação - espero que a Oposição pegue no tema exigindo explicações - deve durar pouco. Mais, as explicações, uma vez dissecadas, devem no mínimo dar origem a um inquérito para apurar responsáveis. Não se trata de um crime menor, de uma omissão ou de um lapso. É uma grave colaboração, conivência, num aspecto fulcral da nossa identidade política e cultural - os direitos do Homem e a Convenção de Genebra, das quais somos signatários.

Para além dos aspectos institucionais e constitucionais há um outro que é mais importante:
o povo protuguês tem o direito de saber o que se passa (ou se passou)no território nacional.
Se o Governo for forçado a ir à Assembleia da República prestar explicações empurrado pela Oposição, sofre - nesse mesmo momento - um sério revés político.
Mostra um profundo desprezo pelo direito à informação dos portugueses. O que não é pouco!

Apostilha:
Freitas do Amaral tinha, em devido tempo, prometido explicações assim que o relatório europeu estivesse concluído. Já o está.
Luís Amado (com a cobertura de Sócrates)parece ter outro tipo de tolerância com as diatribes (crimes?)dos EUA. Subtilezas da política externa nacional.
Não é?
Anónimo disse…
e-pá:

Sinto-me reconfortado com a identidade de pontos de vista.

As simpatias partidárias não nos perturbam a visão.

Ainda bem.

O mesmo não acontece com Pacheco Pereira em relação a Carlos Coelho
Anónimo disse…
Pergunto-me e não entendo.
No pé geral em que as coisas estão, que necessidade ou objectivo tem o governo, para uma pezada destas?!
Anónimo disse…
A propósito da adenda das 20h45:

Toda esta questão dos misteriosos trânsitos dos aviões da CIA começa a "cheirar mal".
O governo ora colabora, ora não.
Assim, não vamos lá.

Este problema é sério e grave e toda a chicana que se tem gerado à sua volta levanta cada vez mais suspeitas e interrogações.
Transparência - seria a melhor maneira de lidar com este assunto.
De outro modo, o governo não se livra da suspeita de que tem algo a esconder ou a omitir.

Entretanto, esperemos que não haja outras "malandrices", como p. exº:

1. o assunto passar a ser "segredo de Estado" e não há explicações para ninguém;
2. "desapareceram "os registo dos voos;
3. ou o responsável último passa a ser o homem de serviço na torre de controlo do aeroporto que, desastradamente, autorizou a aterragem dos aviões "suspeitos";
4. ...

Em Portugal, no domínio do apuramento dos factos e na assumpção de responsabilidades (políticas - neste caso), tudo é possível.

Esperemos pelos próximos dias...

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