França – eleições presidenciais

A França dificilmente será o motor económico da Europa mas pode e deve ser uma referência política como herdeira da Revolução de 1789.

A pátria de Voltaire, que prefere a integração cidadã ao comunitarismo, que tem na sua constituição a laicidade como exigência e foi fonte de cultura, que chegava a Portugal – na linguagem de Eça – no Sud Expresso, prepara-se para dar ao Partido Socialista uma grande vitória e conduzir a primeira mulher à presidência da República.


Ségolène Royal fez ontem um discurso na Festa da rosa, a festa do Partido Socialista, que a revela como uma dos mais fortes candidatos ao Palácio do Eliseu.

Assumindo-se como herdeira espiritual de Miterrand, Ségolène defendeu o património à luz das mudanças que, entretanto, se operaram na Europa e no mundo. O «dever da unidade», a «coragem» e a «necessidade de mudanças profundas» não são apenas slogans mobilizadores, são a forma como ela «concebe o exercício da responsabilidade política e o papel de um chefe de Estado».

Os dados estão lançados.

Uma mulher socialista na presidência da França não é remédio para todos os males mas é um grito de esperança num país que definha sob uma direita que se arrasta sem chama nem glória.

Comentários

Anónimo disse…
Deixa-me satisfeito e confiante a recente declaração - como pré-candidata presidencial - sobre a situação no Médio Oriente:

« Il faut que les Etats-Unis cessent de s’opposer au dialogue avec l’ensemble de ceux qu’ils considèrent comme des adversaires. Je crois que l’Amérique de George Bush, qui a caricaturé le bien et le mal, a réussi aujourd’hui à souder tous ceux qui sont contre cette politique des Etats-Unis. La France, l’Europe, les Nations Unies ont donc un rôle éminent à jouer, avec autorité, pour imposer une médiation durable »

Déclaration de Ségolène Royal au journal de 20 heures de TF1.

D'accord Madame!
Anónimo disse…
Mme. Royal os socialistas portugueses estão consigo.
Anónimo disse…
Interessante será, na política comunitária, observar os esforços renovados do eixo Paris-Berlim, desta feita no feminino: Mme. Royale e Frau Merkel...
Anónimo disse…
Começou a "bagunçada" socialista em França. Lá como cá!

Francois Rebsamen - o homem do aparelho partidário - convidou Jack Lang e Strauss-Kahn a retirarem-se da corrida e a apoiarem Ségolène. No caminho, ostracizou Lionel Jospin que, discretamente, aguarda um "chamamento" para voltar à política.

Portanto, não estará longe da verdade quem pensar que brevemente haverá 2 ou 3 candidatos na área socialista. Lá como cá!

Epílogo: será eleito o candidato da direita - Nicolas Sarkozy.
Porque muito embora no seio da direita haja muitas objecções a Sarkozy, tenho a certeza que, no momento crucial, se apresentará unida (com um único candidato) à sucessão de Chirac.

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