25 de Abril de 2011.

Decorridos 37 anos desta histórica data que mudou o rumo de uma Nação, encontramo-nos – mais uma vez – confrontados com difíceis, dolorosos e pungentes reptos. Diferentes daqueles que nos fustigavam em Abril de 1974. Mas, de igual modo, fracturantes da sociedade civil.

Formalmente, o País encontra-se num hiato político, à espera do veredicto popular de 5 de Junho. Na essência, envoltos - como no passado - num turbilhão de incertezas, na rota do desespero e no pântano da ansiedade.

Ao longo deste trajecto, desafiamos a sobrevivência colectiva e torpedeamos a nossa soberania.
Portugal encontra-se submerso em contraditórias crenças, percorrido por profundas [e insanáveis] clivagens, onde a realidade é um factor perturbante, a inteligência persegue uma diversidade de decisões [contraditórias] e a nossa identidade política e cultural – sarcasticamente - tornou-se embaraçosa, um sério obstáculo. Somos um exemplo da "não-concertação"...


O capital de esperança e de modernidade nascido com Abril – quando relacionado com a longevidade do nosso País - exauriu-se meteoricamente.

As responsabilidades, encontram-se diluídas, desapareceram ou permanecem ocultas. O ciclo de mudança afundou-se na estagnação que desembocou numa humilhante dependência [externa]. O desenvolvimento foi capturado pela miragem do sucesso fácil e esbanjado pela alienação do futuro. Não há visões nem soluções de regeneração, reforma ou transformação. A sombra que paira é a de um País à beira de ser “resgatado”.

A coesão nacional entrou em convulsão [ou em combustão!].

Este ano, debaixo de uma profunda e abrangente crise, não terão lugar as habituais comemorações solenes. A "Casa da Democracia" está em situação vacante.

Todavia, a liberdade reconquistada em Abril permite-nos viver o 25 de Abril onde e como quisermos.

Porque, apesar do pessimismo que nos cerca, tortura e dói, damos como certo que todas as grandes soluções continuam a ter um denominador comum: A Liberdade!

As cerimónias concebidas [ou transladadas] para Belém são redundantes. Representam a prossecução de um fastidioso ‘status quo’ que, cada vez mais, nos exaspera…

VIVA o 25 de ABRIL!

Comentários

Subscrevo o post, que julgo corresponder ao pensamento de todos os colaboradores do Ponteeuropa.

Viva o 25 de Abril!
Julio disse…
"não-concertação"
Qual o significado dessa palavra?
e-pá! disse…
JC Thinking:

"não-concertação" será evitar atinar em posições que sejam consensuais ou amplamente reconhecidas...

Serve?
Maquiavel disse…
VIVA! 25 de Abril SEMPRE!

Abaixo o fascismo, seja ele político, social, ou económico!

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