Novos oráculos…

“Se os mercados fossem perfeitos, o Fundo Monetário Internacional não existia... As agências de rating cumprem o seu papel e nós respeitamos as suas análises, mesmo quando não concordamos"

Afirmou António Borges [director do FMI para a Europa]. link



Lapidar o raciocínio de um paroquial interveniente [e intermitente] economista político da área do PSD, neste momento, em funções no FMI.


É enternecedora esta tentativa de "humanização" dos mercados. Eles não necessitam de ser regulados. São - como qualquer ser humano - imperfeitos. Temos de os aceitar assim, doa a quem doer. Para nos “obrigar” a isso, existe o FMI.

E sobre o papel das agências de rating passou – como convinha - ao lado de todas as imperfeições. Serão – para o preclaro estratega do mundo financeiro - uma inquestionável fatalidade. Uma variante moderna [financeira] do oráculo de Delfos, sendo os burocratas do FMI as suas pitonisas e o mercado o seu Apolo.

Comentários

Com os meus cumprimentos ao "e-pá", a quem pergunto pelo Carlos Esperaça, que não aparece por aqui há vários dias, presumindo eu que se encontra de férias.
Como o espaço de formatação é limitado em extensão,deixo a ligação para o Alpendre da Lua, onde se encontra um meu texto, que deixo aqui como comentário.
http://alpendredalua.blogspot.com/2011/04/notas-do-meu-rodape-justificacao-para.html
Estive ontem a ver o documentário "Inside Job", que procura explicar as verdadeiras causas e a natureza da crise financeira que assola o mundo desde 2008. Trata-se de uma série de traquibérnias criminosas que chegam a ser difíceis de compreender para um leigo em economia e finanças. Mas dá para perceber como por trás do manto diáfano dos "mercados" se esconde uma autêntica mafia de economistas sem quaisquer escrúpulos.
Julgo que a verdadeira mafia se situa mais a montante e que, naturalmente, tem ao seu serviço, quer directa, quer indirectamente, economistas, jornalistas, ministros, primeiros-ministros e outros variados agentes, que vão vivendo à sombra do sistema. A sua função é a de esconderem os obscuros mecanismos que permitem promover a exploração dos povos e, ao mesmo tempo, accionarem as políticas que a favoreçam.É um trabalho que se desmultiplica em múltiplas tarefas, numa rede hierarquizada do topo à base, e que é difícil de desmascarar e de combater.
Os accionistas dos bancos e das grandes companhias não têm rosto, mas são eles que verdadeiramente governam grande parte do mundo.É a esse nível que se encontra a mais perigosa mafia.
Fernandes disse…
Este Sr. Borges, está no FMI com uma alavanca politica. Com conhecimento de causa, há postos nas organizações internacionais que não satisfazem requisitos técnicos, mas sim de quotas, principalmente no BM para não falar na UE. Sabendo o papel que este Sr. teve ( ou ainda tem) nos "mercados" e nas agências de rating , seria interessante aprofundar o papel que teve na crise financeira mundial e seu impacto em Portugal. O discurso da Sra Ferreira lido na AR para chumbar o PEC4, não terá sido escrito por este Sr? Tenho poucas dúvidas. Este Sr. é gato escondido com rabo de fora ...joga em todos os tabuleiros.
Mercado pode significar bazar,
comércio,compra,feira,praça,preço.
Mas Mercador pode significar
comerciante,negociante,comprador,
vendedor,marchante,traficante,
chatim,cigano e trafulha.Mercantil pode significar ambicioso,cobiçoso,
vendível,vendável,especulador,
mercante,interesseiro,mesquinho.
Mas para esta arte de comércio, tráfico,negócio ou negociata,é indispensável ser-se espertalhão e
até mesmo velhaco e saber enganar o semelhante,pois infelizmente
anda meio mundo a enganar o outro meio.E isto desde há milénios que
o Homem é lôbo do Homem,e que existe a exploração do Homem pelo Homem,desde o cimo da pirâmide até
à base.Em escala menor,o plebeu espertalhão com astúcia para o negócio,também procura enganar o seu semelhante,imitando assim o grande comerciante.Por alguma razão a estátua de Mercúrio,o Deus do Comércio e dos Ladrões,está na Bôlsa de Valores.

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