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PCP e Bloco de Esquerda Recusam Reunir com FMI, BCE e Comissão Europeia… link

As atitudes do PCP e do BE dificilmente serão compreensíveis para muitos portugueses.

Na realidade, a democracia tem regras. Uma delas é o diálogo aberto e directo entre as instituições e organizações que, no desenrolar da dinâmica política nacional e no contexto internacional, aparecem em posição de influenciar [de modo determinante] a tomada de decisões. Reivindicar espaço para o exercício do contraditório, do direito de se opor, é fundamental na actividade política. Os partidos não podem, em nome de sacrossantos princípios, deixar de exercê-lo. A cega prevalência dos sacrossantos princípios confundem-se, facilmente, com posturas “fundamentalistas”. Ao fazê-lo diminuem-se e distanciam-se do processo decisório em curso [que inexoravelmente decorre apesar destas ausências].



Não basta afirmar que a "receita" [FMI/BCE/UE] está de antemão decidida [como parece estar]. Esta atitude “negacionista” perante uma insofismável realidade [presença da “troika” em Portugal] é absurda. Quando se decide contestar "soluções" é de elementar justiça fazê-lo frontalmente [cara a cara] e explicar porquê. Até porque, ao dar este passo, desfrutariam da possibilidade de tomar conhecimento das medidas sugeridas e, no imediato, “aproveitariam” a soberana oportunidade de informar os portugueses acerca da sua [o]posição.


A actual situação do País não se compadece com comportamentos tíbios. Tanto o PCP como o BE vão acabar [com toda a legitimidade] por contestar na rua esta intervenção externa. Portanto, tinham todo o interesse em “preparar” o terreno, já! Aqui e agora. Esperar que os elementos da “troika” regressem às suas proveniências para desencadear a contestação é, tão simplesmente, adiar. A antecipação não é despicienda na estratégia política.

Finalmente, não podem os partidos que enjeitaram estar presentes nas conversações desconhecer que solicitamos, em nome do País [continua a existir um Governo em funções de gestão], a instituições internacionais para nos “ajudarem”. Esta é uma realidade incontornável. Pode existir indignação mas a intromissão não é abusiva. Foi solicitada em nome do País. E, quando, essas instituições entram em “nossa casa” não é correcto sair pela janela. Aqui, não é necessário invocar a democracia, basta a boa educação.

Comentários

Francisco disse…
O pais não tem um governo, que nos representa só ao governo é que deve caber a função de representar a república
Esses dois partidos marginalizam-se e depois queixam-se de serem marginalizados. Recusam-se a intervir responsavelmente e depois não querem ser considerados irresponsáveis. E depois, como muito bem se diz no final do post, não lhes ficava nada mal serem ao menos bem educados.
ana disse…
Cada vez mais me entristece a cobardia destes partidos. Não participam em nada para não serem responsabilizados. Parece que a sua única função é contestar tudo e sempre, mas também parece que a atitude não vai render muitos votos.

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