BCE – perplexidades…

O Banco Central Europeu [BCE], quinta-feira, 7 de Abril de 2011, decidiu aumentar a taxa de juro de referência de 1% para 1,25%. link


Segundo o BCE esta medida justifica-se para fazer face à inflação que actualmente na Zona Euro ronda os 2.6% [dados provisórios do Eurostat]. Todos sabemos – e o BCE também - que esta “derrapagem inflacionária” tem a ver com o disparar dos preços do petróleo e do gás e das consequentes reacções em cadeia que tal facto provoca na produção, no comércio e no consumo energético, já que os Estados não prescindem manter os níveis das taxas sobre os combustíveis. Isto é, para a maioria dos Países europeus esta é uma inflação importada e esta medida do BCE não modifica nada.

Esta medida que não afectará a Alemanha e a França mas é perniciosa para os países europeus em dificuldades, aos quais pertencemos. Aliás, esta subida das taxas de juro é praticamente coincidente [parece uma resposta] com a formalização do pedido de ajuda de Portugal à UE.


A política de juros praticada pelo BCE parece paradoxal, pelo menos até uma melhor explicação. Ao nível global a retoma económica na Zona Euro é das mais fracas [crescimento médio em 2011 estimado em 1.7% - mas existindo nesta Zona países em franca recessão] e em contrapartida apresenta as taxas de juros mais altas o que extrapola as consequências no sector económico para repercutir-se no âmbito social [crescimento das taxas de desemprego].

Por outro lado, esta subida das taxas de juro referencial vai valorizar o euro e condicionar [diminuir a competitividade] as exportações, travando ainda mais o já lento crescimento económico na Zona Euro.


Na verdade, os EUA têm uma taxa de juro de 0.25% para uma inflação ligeiramente abaixo da europeia [2.11%]. Mas no espaço europeu – fora da Zona Euro – temos o caso da Grã-Bretanha com uma taxa de referência de 0.5% para uma inflação de 4.4% !


Mais uma instituição europeia [fora do controlo do escrutínio popular] que desenha [e impõe] políticas monetárias e financeiras que não consegue – didacticamente - explicá-las aos cidadãos europeus… Ninguém compreende. A não ser que integre o tão falado “Pacto para o Euro”

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