Carta ao Automóvel Clube de Portugal


Ex. mos Senhores
Direção do A C P
revista@acp.pt
Lisboa

Assunto: O automóvel Clube de Portugal e a política partidária

Caros Senhores,

O signatário, sócio há cerca de 30 anos, ficou perplexo com a queixa de cariz partidário do presidente do ACP, feita ao D.I.A.P., contra membros do anterior Governo, sem que para isso tivesse sido mandatada pelos sócios.

Há muito que o ACP parece a sucursal da Rua de S. Caetano à Lapa, através de direções ligadas ao PSD, com ambições partidárias.

Apesar de o Capítulo 1 dos seus Estatutos, Artigo 3.º, declarar que «Ao ACP é vedada qualquer actividade política ou religiosa», não me dei conta, nestes trita anos que levo de sócio, que os seus diretores se inibissem de tomar atitudes partidárias.

O atual presidente da direção levou agora demasiado longe a ambição e o disparate, ao pretender, sem suporte legal, segundo eminentes juristas, mover uma ação judicial contra membros do Governo que os eleitores derrotaram nas últimas eleições. E fê-lo, não na qualidade de medíocre cidadão, mas como presidente do ACP, tornando-se indigno das funções que exerce e exorbitando do mandato que os sócios lhe conferiram.

Espero que o comunicado enviado aos jornais tenha sido pago pelo Sr. Carlos Barbosa e não à custa dos associados.

Não peço aos governantes que me mandem um reboque em caso de avaria do automóvel e também não aturo ao diretor do ACP que, em meu nome, diga ao Governo, a qualquer governo, como deve governar. Se a vontade de agradar ao partido o leva a tais dislates é altura de pedir a demissão do cargo e mudar de funções. É um abominável presidente do ACP, mas pode tornar-se um bom funcionário administrativo ou um razoável mecânico para desempanar viaturas.

Aguardando a mudança de funções do Sr. Carlos Barbosa, que ninguém mandatou para instrumentalizar a direção do ACP, contrariamente ao que afirma, em nome da Direção, no comunicado enviado à imprensa,

Subscrevo-me sem consideração.

Alfredo Carlos Barroco Esperança
(Sócio N.º 34024-0)

P.S. – Peço que esta carta, ao contrário das anteriores, escritas por idênticos motivos, não seja outra vez censurada na revista do ACP.

Comentários

Martinho Marques disse…
Insuportável "queque" que nunca feznada na vida. odeia o PS, a simples palavra socialismo põe-lhe a careca enrugada, e o Sócrates é a sua besta-negra!

Mais nada explica a tomada de "posição completamente arredada do espírito do ACP.

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