O repasto de Bruxelas…

A cimeira ‘informal’, de ontem, que reuniu os dirigentes dos países da UE num jantar de trabalho, dedicou-se, na gíria política, a ‘partir pedra’. 
O repasto perturbado pela incerteza dos acontecimentos a aguardarem 'novos' (ou velhos) resultados das eleições gregas, ter-se-à dedicado a uma primeira abordagem colectiva sobre a ‘agenda do crescimento e do emprego’.
Na ausência do já desmoronado tandem ‘Merkozy’ começam a surgir alguns ‘alinhamentos’ (posicionamentos) que, não conduzindo quaisquer tipos de soluções, revelam, aos cidadãos europeus, uma visível linha de fractura europeia que (sem desvalorizar a ideologia política subjacente) passa, pelo reavivar de um velho contencioso Norte/Sul link que seria  suposto a UE – enquanto União – ter ultrapassado e ‘resolvido’…

A reunião que abriu as hostilidades (no sentido gastronómico e não só) à volta dos 'eurobonds' deverá, em tempos próximos, gerar acordos quanto aos 'project bonds'. Situação que, para Portugal, é um salto no escuro. Na verdade, para além da paralização total do País (neste campo), desde o início do 'resgate financeiro', que não são conhecidos projectos nacionais (consensuais), quanto a imediatos investimentos estruturais. A austeridade 'abafou' tudo. O acordo sobre um 'programa de crescimento e para o emprego' (ontem viabilizado na AR) deverá passar, também, por projectos nacionais, obviamente, consensuais. Estamos, infelizmente, longe disso.

O sinal positivo – e terá sido esse o dessert desta reunião - foi a mesma ter ‘acontecido’ no cuore da UE (Bruxelas) e não em Berlim ou em Paris, como num passado recente…e de onde emanavam ‘regras de ouro’ e ditakts, inegociáveis.
O facto de a discussão estar aberta e os problemas elencados para a próxima reunião ‘formal’ é, apesar da urgência de chegar a consensos, saudável.

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