Eusébio e o Panteão
Eusébio teve os melhores pés de um país onde as cabeças pensavam o que pensava o chefe, e não eram precisas, ou pensavam de forma diferente, e eram indesejáveis.
Num país com 40% de analfabetos, o salazarismo aproveitou o virtuosismo do atleta e a voz de Amália para esconder a mais alta mortalidade infantil e materno-fetal da Europa, a mais clamorosa miséria e a ditadura clerical-fascista.
Hoje, a democracia rende-lhe homenagem numa unanimidade suspeita, através dos seus legítimos representantes, na A.R.. Nada acrescentaram ao prestígio do atleta e reincidem na demagogia que esconde problemas dramáticos do País e a tragédia para que o mundo se encaminha.
Depois de Amália, Eusébio. Portas já convidou o Papa a visitar Fátima no 1.º centenário das alegadas aparições marianas, um número repetido em numerosos países católicos e nunca ocorrido em países protestantes, ortodoxos, judeus ou muçulmanos, em estranha preferência que faz lembrar os partidos do Governo a nomear militantes.
Foi lenta a caminhada desde o 25 de Abril mas, de novo, a trilogia ressuscita: Fátima, futebol e fado, quando outros efes nos atingem.
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