Ucrânia: da purga imperfeita à ditadura perfeita…
Batalhão Azov |
Aparentemente, esta será mais uma provocação a Moscovo ou então uma intrépida vontade de agradar à União Europeia. Ambos os objectivos estão deslocados das pretensões ucranianas e não servem os desígnios pretendidos.
Por um lado, a Rússia não é, nem de perto nem de longe, um regime comunista, ou aparentado, pelo que o gesto decidido no Parlamento da Ucrânia só poderá ser um insulto à memória histórica do seu povo. Por mais que os actuais dirigentes se esforcem, ou tentem ‘apagar’, a Ucrânia, de facto, integrou a URSS de 1922 a 1991.
Por um lado, a Rússia não é, nem de perto nem de longe, um regime comunista, ou aparentado, pelo que o gesto decidido no Parlamento da Ucrânia só poderá ser um insulto à memória histórica do seu povo. Por mais que os actuais dirigentes se esforcem, ou tentem ‘apagar’, a Ucrânia, de facto, integrou a URSS de 1922 a 1991.
Quanto ao símbolo nazi existe também uma importante (mas diferente) memória marcada pelo belicismo. Trata-se da II Guerra Mundial e da ocupação pelas forças militares de Hitler do território ucraniano de 1941 até 1943 e poucos ucranianos ignoram, p. exº., o massacre de Babi Yar.
Uma coisa é uma integração política no decurso de um processo revolucionário, outra uma ocupação militar como consequência de uma guerra.
Uma coisa é uma integração política no decurso de um processo revolucionário, outra uma ocupação militar como consequência de uma guerra.
Todavia, enquanto o parlamento ucraniano procede ao expurgar de símbolos soviéticos e nazis misturando a história da federação das repúblicas soviéticas com a catastrófica ocupação nazi na última Guerra Mundial, o actual regime de Kiev, na defensiva contra o avanço dos ucranianos separatistas [apoiados por Moscovo], socorre-se do 'popular' Batalhão Azov para defender a estratégica cidade de Mariupol junto ao Mar de Azov e situada na rota de passagem (terrestre) da área leste da Ucrânia para a Crimeia.
Para quem tenha ilusões, ou esteja a ser tentado a entrar na ‘conversa’ narrada por Kiev, é melhor olhar para o estandarte deste ‘heróico’ batalhão (na foto) que defende a Ucrânia ‘libertada’…
Estamos perante um (estilizado) percurso da extrema-Direita no Leste europeu sob a forma de uma ‘patriótica libertação’ contra o domínio russo que, apesar de uma pesada e ancestral carga histórica na região, é apresentado como 'neo-imperialista'.
A UE terá, levianamente embarcado no enredo, construído em Kiev à volta de interesses ocultos, colocando levianamente o Velho Continente em pé de guerra.
A purga em curso, aparentemente imperfeita, não deverá ficar por aqui. Tradicionalmente (para a extrema-Direita) segue-se a proibição dos partidos políticos (já está em curso a do Partido Comunista Ucraniano link) e depois toda uma cascata de medidas repressivas que conduzirão, a breve trecho, a Ucrânia a uma ditadura. Esta última, sim, perfeita!
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