Os incêndios e a nossa angústia
Sei que sou injusto para com a ministra da Administração Interna, aparentemente sem dormir e no limite do sacrifício que as funções impõem, mas a política tem uma lógica que ultrapassa os olhos cansados, a abnegação e o sofrimento pessoal de quem está no vértice do comando do combate ao fogo (no duplo sentido) que lavra.
Sei que a meteorologia, o desordenamento florestal, o abandono agrícola, os interesses das empresas de celulose, que reduziram a floresta a pinheiros e eucaliptos, e a incúria, se conjugaram na tragédia dos incêndios que cada ano ameaçam ser mais devastadores.
Sei que enquanto sangram as feridas, o país arde e o luto continua impossível de fazer, é de contenção o momento, e silenciosa deve ser a frustração.
Sei que no fingimento da reforma administrativa, cada vez mais urgente e impossível, se extinguiram os governadores civis, os responsáveis pela proteção civil distrital que, em caso de catástrofe, coordenavam todos os meios, e que as funções estão hoje sem titular, sem responsável único, e com o país esquecido da falta que, nestes momentos, fazem.
Sei que o PR e o PM estiveram e estão à altura da dramática situação em que se vive, e se morre, e que na calamidade emergiu o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, com a inesperada capacidade de um governante de que ignorava o nome.
A MAI, no seu sofrimento e impotência, talvez não mereça a ingratidão do cidadão que segue desolado os acontecimentos, mas penso que a sua substituição pelo secretário de Estado referido beneficiava o Governo e dava uma satisfação às vítimas.
Sei que a meteorologia, o desordenamento florestal, o abandono agrícola, os interesses das empresas de celulose, que reduziram a floresta a pinheiros e eucaliptos, e a incúria, se conjugaram na tragédia dos incêndios que cada ano ameaçam ser mais devastadores.
Sei que enquanto sangram as feridas, o país arde e o luto continua impossível de fazer, é de contenção o momento, e silenciosa deve ser a frustração.
Sei que no fingimento da reforma administrativa, cada vez mais urgente e impossível, se extinguiram os governadores civis, os responsáveis pela proteção civil distrital que, em caso de catástrofe, coordenavam todos os meios, e que as funções estão hoje sem titular, sem responsável único, e com o país esquecido da falta que, nestes momentos, fazem.
Sei que o PR e o PM estiveram e estão à altura da dramática situação em que se vive, e se morre, e que na calamidade emergiu o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, com a inesperada capacidade de um governante de que ignorava o nome.
A MAI, no seu sofrimento e impotência, talvez não mereça a ingratidão do cidadão que segue desolado os acontecimentos, mas penso que a sua substituição pelo secretário de Estado referido beneficiava o Governo e dava uma satisfação às vítimas.
Comentários
Desculpe não lhe responder agora, como merecia pelo legítima pergunta que me faz, mas entendo que a tragédia que continua a viver-se, obriga a reflexão e impede juízos precipitados. Talvez tenha de me penitenciar.