A direita rancorosa mantém atiradores de turno

Enquanto os felizes contemplados com as vivendas de luxo do condomínio da praia da Coelha gozam a auspiciosa aplicação das economias, têm fãs que se esquecem do BPN e continuam a alvejar o Governo com os incêndios, o material bélico de Tancos e todos os problemas criados pelos inefáveis condóminos.

Jornalistas avençados, ex-presidentes do PSD e ressentidos de diversas origens, bolçam diariamente acusações, intrigas e ameaças para denegrirem os que ora se esforçam para reverter estragos do governo nefasto, sem escrúpulos e sem remorsos, que os precedeu.
A fúria das privatizações pareceu vingança, as condições, negócios alheios ao interesse público, e os encargos futuros, uma maldição para os vindouros.

A situação em que ficaram os bancos, com a aparente incapacidade de previsão de quem devia estar atento, desde o PR de turno ao governador do BP, é um ónus para o governo atual, cujo êxito, merecedor de encómios, tem sido deliberadamente ignorado.

A esquerda deixou imolar o PS, incluindo o próprio partido, quando se conformou com a atribuição do descalabro ao PM de turno, como se a crise das dívidas soberanas, não resultasse da crise financeira mundial, uma crise cíclica do capitalismo, que a explosão da bolha imobiliária nos EUA pôs a nú com a falência do banco Lehman Brothers.

A direita portuguesa, com um líder provisório, galgou a onda de dúvidas e, na pressa de ser poder, recusou o PEC-4, já acordado, agravando a dívida, os juros e a vida de todos os portugueses.

Hoje, essa direita agarra-se ao PR com desespero, pois é a esperança que lhe resta para evitar a desagregação. Marcelo faz o que pode, mas não quer empenhar o seu futuro e o lugar que julga granjear na História, com gente sem projeto, sem ideias e sem rumo.

Não é com Santana Lopes e Passos Coelho, com provas dadas de incapacidade, que esta direita volta ao poder. Rui Rio, honesto e talvez capaz, é odiado no PSD, e a Dr.ª Cristas é uma criação mediática à espera de se vingar do 25 de Abril e da descolonização.

A vocação populista de Santana Lopes e a deriva extremista desta direita são capazes de a fraturar antes de conseguir o cimento do poder para a aglutinar.

Cabe aos partidos de esquerda não darem tiros no pé quando o PR continua a perguntar pelo Expresso o que pode saber pela via institucional.
A linguagem extremista e o terrorismo verbal de Luís Montenegro, Morais Sarmento ou Hugo Soares são apenas tiros de pólvora seca para desviarem as atenções dos problemas pessoais e a oportunidade de se fingirem vivos.

Nesta direita só existe um lado certo, o lado de fora.

Comentários

e-pá! disse…
A Direita - com as matizes que assumiu depois do 25 de Abril - está a fazer o 'seu caminho' em direção a um populismo protofascista que, cada dia que passa, vai ganhando terreno nesta velha Europa.
A democracia é - no atual momento e para os 'populistas' - uma questão meramente instrumental.
Todos aqueles que acalentam a esperança de 'renovar' dentro de um quadro constitucional definidor da III República - e esta postura tanto envolve Rui Rio como António Costa - vão acabar imolados no sarcófago da nova 'revolução nacional', que está na forja.
Hoje, deixou de haver espaço para titubeações. Os algozes do momento, chamem-se eles Santana Lopes, Luís Montenegro, Assunção Cristas, AJ Jardim, Hugo Soares, etc., serão os carrascos do amanhã, se as forças progressistas não lhe travarem a marcha.
Estamos a viver a repetição histórica de um passado relativamente recente. Não podemos cair nos mesmos erros que os nossos antepassados. É necessário fazer ouvir - atempadamente - o grito do: 'no passarán'!.
É uma tarefa para ontem e não há espaço, nem tempo, para esperar que os 'inimigos da democracia' estejam às portas da cidade sitiando as liberdades fundamentais. Mais do que uma tarefa é um imperativo de cidadania. Isto é, o único meio de continuarmos sendo cidadãos e a frontal rejeição de uma abjeta servidão que se perfilha no horizonte.

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