A lunática brincadeira de Casillas…

Iker Casillas, jogador do FCP, protagonizou recentemente um arrazoado de especulações ao mandar, através do twitter, uma prandial atoarda tecida entre amigos sobre a viagem à Lua da Missão Apolo 11, ocorrida em 1969, e prestes a completar 50 anos link.
 
Uma boutade ocorrida num repasto determinou uma cascata de opiniões e comentários. Muito tem a ver com a ‘popularidade’ do futebol mas, para além dessa questão, existem outras condicionantes. É óbvio que esta boutade é um gozo pegado mas as redes sociais pegaram nela.

Casillas – na sua jocosa consideração - sugere que a (suposta) ida à lua foi uma resposta ‘fabricada’ pelos norte-americanos para ofuscar e contrariar o desenvolvimento aeroespacial do regime soviético. Seria - para usar o jargão político em voga - uma fake news. Na verdade, hoje existe uma dúvida metódica sobre tudo o que é publicado e não pode ser imediatamente experienciado e verificado. Essa indagação fortaleceu-se na política muito à custa de promessas não cumpridas. Mas este é outro assunto. Na realidade, podemos construir ‘fake news’ enrolando um conjunto de factos verdadeiros. Partindo do dualismo que existiu entre a URSS e o Ocidente (uma verdade) é possível especular muitas outras situações.

A emergência de redes sociais poderosas e abundantes tem colaborado para espalhar noticias, todas, desde às mais rigorosas e independentes às ‘fake news’. Não é o caso da ida á lua que está suficientemente documentada e verificada. Mas o episódio protagonizado por Casillas no twitter mostra como os cidadãos frequentadores das redes sociais se revelam descrentes sobre as ditas ‘verdades oficiais’. Cerca de metade dos participantes alinharam na dúvida levantada.  De facto, no âmbito da informação as fake news demonstram a existência de uma guerra informativa em marcha para condicionar a opinião pública.

O combate a esta perigosa situação passa pela independência, idoneidade e ética dos jornalistas, situação muito complexa no atual quadro existente nos meios de comunicação, nomeadamente, quando observamos a titularidade da sua propriedade (proprietários e editores) e os conflitos de interesses daí derivados.

Por outro lado, os ditos ‘assessores de imprensa’ dos órgão administrativos e governamentais serão os grandes fabricantes de ‘fake news’ e poderão dar azo à divulgação de falsidades e obscenidades informativas que, neste caso, e também, servem a ‘entidade patronal’, seja política e/ou religiosa, mais acentuadamente nos regimes ‘musculados’ e antidemocráticos e nas vertente pias à volta das confissões monoteístas.

O ‘teste de Casillas’ – chamemos-lhes assim  - veio inocentemente (ou não!) por à prova a fidelidade e a idoneidade da produção de notícias (mesmo para um facto ocorrido há quase 50 anos). E demonstrar que, hoje, o crivo avaliativo sobre os meios de comunicação social é muito mais rigoroso e exigente em questões de transparência, racionalidade e credibilidade.
Nos tempos contemporâneos surge como uma mentira paradigmática e icónica dos poderosos e líderes de opinião as declarações proferidas publicamente por Nixon sobre o caso ‘Watergate’ ou, então, uma mais recente (mas também icónica) que teve consequências dramáticas e que consiste na revelação da existência de ‘armas de destruição massiva no Iraque’ …

O que o twitter de Casillas veio confirmar é que …‘gato escaldado de água fria tem medo’.

Comentários

O que,infelizmente,não foi uma fake new,foi a morte por essa altura do engenheiro responsável por todo o programa espacial soviético,numa operação cirúrgica simplicíssima.
Nesse tempo ninguém falava em contaminações por isótopos atómicos e a sra. May estaria no infantário,senão seria o bom e o bonito...

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