O CDS, o arrendamento urbano e política

A Lei das Rendas de 2012 (Lei Cristas) deu um incentivo aos investidores, ao agilizar os mecanismos de rescisão dos contratos e atualização das rendas. Ao diferi-la no tempo, o Governo de Passos Coelho/Portas adiou os dramas, que o atual Executivo se esforça por minimizar, e não pode evitar.

O Balcão Nacional de Arrendamento (BNA) validou, em cinco anos, milhares de despejos em Lisboa e Porto. O PCP e o BE chegaram a apresentar propostas para a extinção desse serviço e condenaram-no abertamente.

Segundo o Jornal de Negócios, de janeiro de 2013 a dezembro de 2017, o BNA emitiu 8.315 “títulos de desocupação do locado”, à média de 138 novos despejos por mês.

Era legítimo alterar o congelamento das rendas, vindo da ditadura, e responsável pelo envelhecimento urbano, mas só o CDS o podia fazer de forma tão brutal.

A implacável insensibilidade da Dr.ª Cristas não estimulou o mercado de arrendamento, que lhe serviu de pretexto, deu apenas início à desenfreada especulação imobiliária que beneficiou de forma obscena os proprietários e, eventualmente, a numerosos contratos fraudulentos que iludem o fisco, com benefícios repartidos por inquilinos e senhorios.

Por ironia, um dos beneficiários, perante os milhares de vítimas, foi o vereador do BE e, suprema ironia, os ataques ao privilegiado cidadão, vieram dos autores da malfeitoria.

O CDS pede a demissão do vereador do BE. A Dra. Cristas devia ciliciar-se.

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