COMUNICADO DA ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL
Portugal esteve sujeito, durante quatro anos – para além dos muitos outros menos evidentes –, a um governo que queria “ir além da troika”, que queria destruir tudo o que cheirasse a Abril.
Foi o tempo da austeridade assanhada, do “não há alternativa”, do “aguenta, aguenta”, do pesadelo que parecia não ter fim…
A Associação 25 de Abril assumiu então posições claras e muito duras contra essa fatalidade, proclamando que havia alternativas, que era necessário criá-las, que só à volta dos valores de Abril a esperança numa sociedade mais livre, mais justa e mais solidária poderia voltar aos corações dos portugueses.
A demagogia era muita, diria mesmo era enorme, o populismo ganhava terreno e seria através da Democracia, uma das poucas conquistas de Abril ainda não destruídas, que, mesmo que in extremis, os portugueses salvaram o que parecia perdido. Nas eleições legislativas, ainda que não dando a maioria relativa a nenhum dos partidos políticos que se assumiram como “de Abril”, deram uma maioria absoluta à soma dos deputados desses mesmos partidos.
Quiseram e souberam, então, os responsáveis desses partidos “de Abril” compreender que era indispensável unirem-se à volta do essencial, esquecendo o acessório, olhando mais para o que os unia do que para o que os separava, colocando acima dos interesses partidários os interesses do País e… criaram uma solução de governo com apoio maioritário na Assembleia da República.
Afinal, como a A25A proclamava e pedia, havia outra solução!
Portugal voltava, depois do 25 de Abril, a dar lições ao Mundo e nomeadamente à Europa!
Muito naturalmente todas as forças adversas, com especial relevo para os neoliberais, se uniram num ataque desbragado à solução portuguesa, rapidamente chamada de “Geringonça”, numa tentativa de a denegrir, mas que acabou por se afirmar junto do povo português.
Apesar de todos esses ataques despudorados, onde a memória das maldades feitas desaparecia por milagre dos encarniçados inimigos de Abril, a “Geringonça” foi funcionando, foi demonstrando que era possível reverter a situação, foi recuperando muito do perdido pelos portugueses – diremos melhor, do roubado aos portugueses – e continua a ser exemplo para muitos que, em todo o Mundo, lutam contra a fatalidade do Capital se impor implacavelmente ao Trabalho.
Muitos portugueses continuam insatisfeitos, críticos da lenta recuperação dos malefícios sofridos, desesperados por não verem os seus legítimos anseios imediatamente realizados?
É um facto, mas a todos esses há que lembrar que “Roma e Pavia não se fizeram num dia” e perguntar se preferem o retorno ao “passismo” e ao “portismo” (este crismado de “cristasismo, aquele de “rioismo”) ou a continuação de uma solução que, podendo não ser a ideal, é a única possível para recuperar Abril?
Até podem afirmar que as lutas “intestinas” no seio da “Geringonça” fazem parte da luta política, principalmente em épocas eleitorais ou pré-eleitorais!
Muito bem, mas o facto é que tudo isso mina a confiança que esta solução governativa gerou no seio do povo português e põe em causa o enorme caudal de esperança que então voltámos a viver.
Por isso, há que perguntar aos responsáveis dos partidos que construíram e mantêm a “Geringonça” – a todos – se querem voltar a olhar para o umbigo do seu próprio partido, privilegiando uma hipotética subida de votos ou continuarem a apostar numa solução colectiva que defende melhor, muito melhor, os interesses dos Portugueses e de Portugal?
O facto é que os inimigos de Abril continuam sem memória das suas próprias maldades e actuam como se estivessem puros e imaculados.
Como sempre afirmámos, nem o partido maioritário, porque o é, pode pretender impor aos seus parceiros cheques em branco, nem os partidos minoritários, porque indispensáveis para a solução, podem pretender impor soluções como se fossem maioritários.
Na Associação 25 de Abril queremos crer que os partidos políticos que se assumem como de Abril continuarão a privilegiar o essencial, que os une, em desfavor do acessório, que os separa.
Por nós, acreditamos que uma solução do tipo da “Geringonça” – com esta ou outra fórmula, com este ou outro nome – continuará a ser possível, contribuindo decisivamente para o aprofundamento dos valores de Abril!
É essa a nossa convicção, é essa a nossa esperança, é esse o nosso desafio!
Lisboa, 5 de Julho de 2018
O Presidente da Direcção
Vasco Correia Lourenço
Foi o tempo da austeridade assanhada, do “não há alternativa”, do “aguenta, aguenta”, do pesadelo que parecia não ter fim…
A Associação 25 de Abril assumiu então posições claras e muito duras contra essa fatalidade, proclamando que havia alternativas, que era necessário criá-las, que só à volta dos valores de Abril a esperança numa sociedade mais livre, mais justa e mais solidária poderia voltar aos corações dos portugueses.
A demagogia era muita, diria mesmo era enorme, o populismo ganhava terreno e seria através da Democracia, uma das poucas conquistas de Abril ainda não destruídas, que, mesmo que in extremis, os portugueses salvaram o que parecia perdido. Nas eleições legislativas, ainda que não dando a maioria relativa a nenhum dos partidos políticos que se assumiram como “de Abril”, deram uma maioria absoluta à soma dos deputados desses mesmos partidos.
Quiseram e souberam, então, os responsáveis desses partidos “de Abril” compreender que era indispensável unirem-se à volta do essencial, esquecendo o acessório, olhando mais para o que os unia do que para o que os separava, colocando acima dos interesses partidários os interesses do País e… criaram uma solução de governo com apoio maioritário na Assembleia da República.
Afinal, como a A25A proclamava e pedia, havia outra solução!
Portugal voltava, depois do 25 de Abril, a dar lições ao Mundo e nomeadamente à Europa!
Muito naturalmente todas as forças adversas, com especial relevo para os neoliberais, se uniram num ataque desbragado à solução portuguesa, rapidamente chamada de “Geringonça”, numa tentativa de a denegrir, mas que acabou por se afirmar junto do povo português.
Apesar de todos esses ataques despudorados, onde a memória das maldades feitas desaparecia por milagre dos encarniçados inimigos de Abril, a “Geringonça” foi funcionando, foi demonstrando que era possível reverter a situação, foi recuperando muito do perdido pelos portugueses – diremos melhor, do roubado aos portugueses – e continua a ser exemplo para muitos que, em todo o Mundo, lutam contra a fatalidade do Capital se impor implacavelmente ao Trabalho.
Muitos portugueses continuam insatisfeitos, críticos da lenta recuperação dos malefícios sofridos, desesperados por não verem os seus legítimos anseios imediatamente realizados?
É um facto, mas a todos esses há que lembrar que “Roma e Pavia não se fizeram num dia” e perguntar se preferem o retorno ao “passismo” e ao “portismo” (este crismado de “cristasismo, aquele de “rioismo”) ou a continuação de uma solução que, podendo não ser a ideal, é a única possível para recuperar Abril?
Até podem afirmar que as lutas “intestinas” no seio da “Geringonça” fazem parte da luta política, principalmente em épocas eleitorais ou pré-eleitorais!
Muito bem, mas o facto é que tudo isso mina a confiança que esta solução governativa gerou no seio do povo português e põe em causa o enorme caudal de esperança que então voltámos a viver.
Por isso, há que perguntar aos responsáveis dos partidos que construíram e mantêm a “Geringonça” – a todos – se querem voltar a olhar para o umbigo do seu próprio partido, privilegiando uma hipotética subida de votos ou continuarem a apostar numa solução colectiva que defende melhor, muito melhor, os interesses dos Portugueses e de Portugal?
O facto é que os inimigos de Abril continuam sem memória das suas próprias maldades e actuam como se estivessem puros e imaculados.
Como sempre afirmámos, nem o partido maioritário, porque o é, pode pretender impor aos seus parceiros cheques em branco, nem os partidos minoritários, porque indispensáveis para a solução, podem pretender impor soluções como se fossem maioritários.
Na Associação 25 de Abril queremos crer que os partidos políticos que se assumem como de Abril continuarão a privilegiar o essencial, que os une, em desfavor do acessório, que os separa.
Por nós, acreditamos que uma solução do tipo da “Geringonça” – com esta ou outra fórmula, com este ou outro nome – continuará a ser possível, contribuindo decisivamente para o aprofundamento dos valores de Abril!
É essa a nossa convicção, é essa a nossa esperança, é esse o nosso desafio!
Lisboa, 5 de Julho de 2018
O Presidente da Direcção
Vasco Correia Lourenço
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