EUA e a meteorologia – o furacão Trump e o PR Dorian ou vice-versa

Trump, um mentiroso compulsivo, anunciou num ‘tweet’, sem qualquer prova, que o estado do Alabama iria ser “atingido com mais força do que previamente tinha sido antecipado” pelo furacão Dorian.

O serviço de meteorologia de Birmingham, Alabama, na sequência de telefonemas de pessoas alarmadas com a ‘informação’ do PR, corrigiu-o logo, afirmando noutro tweet que o estado de Alabama “NÃO sofrerá qualquer impacto do furacão”.

Talvez por coincidência, a Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos EUA (NOAA) emitiu logo uma diretiva aos funcionários dos serviços meteorológicos obrigando-os a “usar apenas as previsões do National Hurricane Center se surgirem questões por causa de posts nas redes sociais que se tornaram notícia esta tarde”.

A informação, que recolhi ontem no Público (pág. 30), dá conta do clima de medo que se instalou nos meteorologistas, habituados ao rigor científico e surpresos por verem as suas previsões censuradas.

Estes cientistas são inocentes e insolentes. Ignoram que, nos EUA, a ciência é uma arma dos Democratas contra os Republicanos e que a meteorologia não pode contrariar quem foi eleito, como se a pressão atmosférica pudesse oscilar contra a vontade do PR.

Que sabem os cientistas da temperatura, pressão atmosférica, velocidade dos ventos ou cálculo de probabilidades que o presidente quer transmitir aos eleitores, contrariando a sua legitimidade democrática?

Provavelmente são comunistas os responsáveis de alterações climáticas ou, pelo menos, adversários dos EUA, que instigam terramotos, erupções vulcânicas, tufões de violência crescente e todas as outras catástrofes, cada vez mais frequentes, intensas e duradouras.

Trump já sugeriu às Forças Armadas americanas a detonação de engenhos nucleares nos tufões, quando em formação na costa de África, a forma de evitar a crescente audácia de atingirem o grau 5, certo de que a força dissuasora nuclear poderia prevenir a destruição que levam às costas americanas, com radiações longe de casa. Ignora-se quem levou os militares a desaconselhar um meio que, até prova em contrário, poderia ser eficaz.

Quanto mais os factos desmentem Trump, tanto pior para os factos e os meteorologistas foram avisados para não o contradizerem.

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