A morte de Oliveira e Costa e a ingratidão
O fundador do BPN faleceu ontem e não se vê nos média um voto de pesar, o anúncio de uma única personalidade no velório ou a fotografia do condomínio da Coelha onde os seus amigos mais próximos eram vizinhos e, eventualmente, beneficiários.
Não se viu a compunção dos que colaboraram na SLN/BPN, onde se sentaram, entre outros, ex-ministros e altos dirigentes do PSD, como Dias Loureiro, Daniel Sanches, Arlindo de Carvalho, Rui Machete, Duarte Lima e Joaquim Coimbra, ou beneficiaram dos investimentos na galáxia do ora defunto, como o próprio Cavaco Silva.
Afastado do BPN em 2008, com uma indemnização de 800 mil euros, o ex-governante morreu com presunção de inocência, sem transitar em julgado a condenação de 2017, 14 anos de prisão por crimes de falsificação, fraude fiscal qualificada, burla qualificada e branqueamento de capitais.
Oliveira e Costa era pródigo. Enquanto foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais concedeu vultuosos perdões fiscais a empresas da zona de Aveiro, onde liderava o núcleo do PSD, que, na altura, tinha como secretário-geral Manuel Dias Loureiro, com naturais comissões para o partido e outros bolsos, como foi explanada na investigação de “Aveiro connection”, que as autoridades batizaram “Águas turvas”. Só à Cerâmica Campos concedeu um perdão de 2,5 milhões de euros.
Segundo o Público, de hoje, criou ao lado do BPN um banco virtual, em Cabo Verde e em praças offshores, para onde despachava os “buracos” da má gestão, e Dias Loureiro, que disse em julgamento ter confiado sempre em Oliveira e Costa, foi o pivô da compra de empresas em Porto Rico, ocultada às autoridades, que provocaram um prejuízo de 30 milhões de euros para o grupo.
“A promiscuidade entre o banco e os interesses dos acionistas tornou o grupo SLN/BPN um polo de atracão de negócios obscuros e tentaculares”, diz o Público. Só assim se compreendem transações de ações, não cotadas em Bolsa, sem se saberem os critérios por que eram avaliadas.
Enfim, a herança pesada fica para o País, mas os beneficiários podiam mostrar alguma gratidão no momento em que o ex-banqueiro é acompanhado apenas por familiares e os sacramentos que a Igreja não nega aos crentes.
Não se viu a compunção dos que colaboraram na SLN/BPN, onde se sentaram, entre outros, ex-ministros e altos dirigentes do PSD, como Dias Loureiro, Daniel Sanches, Arlindo de Carvalho, Rui Machete, Duarte Lima e Joaquim Coimbra, ou beneficiaram dos investimentos na galáxia do ora defunto, como o próprio Cavaco Silva.
Afastado do BPN em 2008, com uma indemnização de 800 mil euros, o ex-governante morreu com presunção de inocência, sem transitar em julgado a condenação de 2017, 14 anos de prisão por crimes de falsificação, fraude fiscal qualificada, burla qualificada e branqueamento de capitais.
Oliveira e Costa era pródigo. Enquanto foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais concedeu vultuosos perdões fiscais a empresas da zona de Aveiro, onde liderava o núcleo do PSD, que, na altura, tinha como secretário-geral Manuel Dias Loureiro, com naturais comissões para o partido e outros bolsos, como foi explanada na investigação de “Aveiro connection”, que as autoridades batizaram “Águas turvas”. Só à Cerâmica Campos concedeu um perdão de 2,5 milhões de euros.
Segundo o Público, de hoje, criou ao lado do BPN um banco virtual, em Cabo Verde e em praças offshores, para onde despachava os “buracos” da má gestão, e Dias Loureiro, que disse em julgamento ter confiado sempre em Oliveira e Costa, foi o pivô da compra de empresas em Porto Rico, ocultada às autoridades, que provocaram um prejuízo de 30 milhões de euros para o grupo.
“A promiscuidade entre o banco e os interesses dos acionistas tornou o grupo SLN/BPN um polo de atracão de negócios obscuros e tentaculares”, diz o Público. Só assim se compreendem transações de ações, não cotadas em Bolsa, sem se saberem os critérios por que eram avaliadas.
Enfim, a herança pesada fica para o País, mas os beneficiários podiam mostrar alguma gratidão no momento em que o ex-banqueiro é acompanhado apenas por familiares e os sacramentos que a Igreja não nega aos crentes.
Comentários
De toda essa comandita, foi o único preso, os outros passaram pelos pingos da chuva e alguns nem se lembravam de nada.
Para essa gente os amigos só contam enquanto forem úteis...
É a vida, mas é triste.
Custa ver de que fibra eram feitos os amigos de Oliveira e Costa...
A família de um homem merece o respeito de quem os acompanha na dor da perda, independentemente do que ele possa ou não ter feito.
Palpita-me que muitos desses 'amigos' secretamente suspiraram de alívio...
Mas, para a família, que não será propriamente culpada; os meus pêsames.
Carlos Alves