Cavaco e a eutanásia
Cavaco Silva diz que legalização da eutanásia não respeita espírito da Constituição. Não se contesta a Cavaco o direito à opinião, mas surpreende que invoque a CRP, se acaso a leu, quem sempre a viu com especial azedume e não foi exemplar no cumprimento. Dizer, no entanto, que a despenalização, à semelhança do que pensa da IVG, é “mais um sinal da deterioração da qualidade da nossa democracia”, é um frete à Opus Dei, dos vários que tem feito, incluindo artigos laudatórios, e o pretexto para agredir o Governo do PM a que foi obrigado a dar posse, com um discurso a bolçar bílis. Cavaco, ressabiado salazarista, pode dar opinião, mas não deve chantagear e confundir a difícil situação criada pela pandemia e pela guerra, com o ódio que nutre ao Governo. Ao notário das decisões de Passos Coelho mingua autoridade para invocar a CRP e, sobretudo, o espírito. Basta lembrar os OE dos governos de Passos/Portas, que nunca lhe mereceram dúvidas e exigiram sempre OE retificativos. O único PR