A Europa e o futuro de Portugal

Penso que é claro, para todos os que gastam tempo a pensar, que o crescimento perpétuo das economias é uma perigosa utopia que os sucessivos Governos, nos países europeus, não se atrevem a contrariar.

Parafraseando a linguagem das Bolsas de Valores, “as árvores não crescem até ao Céu”, é claro que o PIB mundial tem um teto que cresce, há muito, graças ao sofrimento dos países mais pobres e à espoliação irrecuperável dos recursos do Planeta, e que se tornou insustentável.

Se todos os países vivessem como os portugueses, não bastava, nem de longe, o Planeta para suportar o consumo, e não imagino quantos planetas seriam necessários para levar a todos os povos o nível de vida médio da União Europeia, apesar das assimetrias.

Surpreende-me haver quem acredite que, depois do empobrecimento quotidiano, gerado pela guerra, sem fim à vista, entre a Nato e a Rússia, depois da invasão da Ucrânia, seja possível manter a expetativa de melhoria das condições de vida.

Aliás, a sanguinária guerra da Europa, com indizível sofrimento dos povos ucraniano e russo, é só mais uma a consumir recursos e a transferir para a indústria de armamento os recursos que minguam para melhorar o bem-estar dos povos e preservar o Planeta.

É mais fácil viver com paixão as ilusões do que refletir com preocupação as realidades.

Nesta tarde em que o frio obriga a gastar recursos que não temos, deu-me para filosofar, mas acreditem que os tempos vindouros serão bem piores do que os atuais. Não vale a pena atirarmos pedras aos políticos, os suspeitos do costume, quando nada fazemos pela paz.

Já nem a liberdade de opinião somos capazes de respeitar.

Comentários

JA disse…
Todo o meu apoio ao pensamento vertido no texto. "Apenas" um reparo: A paz é hoje a questão politica mais importante a nível mundial. Portanto, os políticos eleitos deveriam ser os primeiros a ajudar a resolver a questão. Ora, no meu país, um governo que ajudei a eleger trabalha, estranhamente, a favor da guerra.Basta olhar para o modo como o ministro dos negócios estrangeiros se põe, sistematicamente, em "bicos de pés" e, já nem o primeiro ministro foge à banalidade política: falando em inglês, e sem bem traduzi, tem o desplante de invocar a guerra rússia/ucrânia para alinhar nas "futeboladas" e apoiar a desboca do presidente Marcelo. A propósito do mundial de futebol no Catar e do respeito pelos direitos humanos, disse AC que vai ao dito, como iria se o mesmo fosse na rússia. Qual o sentido útil desta tirada bacoca?! "Não havia nexexidade", como diria o diácono Remédios.

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