O bispo de Viseu e a morte do padre Alexandre
Em finais de outubro, um incêndio no quarto do padre António Marques Alexandre, no Centro Pastoral de Viseu, deixou-o gravemente queimado, e o sacerdote, de 75 anos de idade, não resistiu à gravidade das queimaduras, tendo falecido no domingo, dia 20.
Com a rude provação que o atingiu, com o horrível sofrimento
do ancião, durante mais de três semanas, esperava-se de pessoas bem formadas,
sobretudo de quem o conhecia ou tinha laços de amizade, a consternação pela morte
que o Hospital de Coimbra não conseguiu evitar.
O padre merecia a solidariedade que qualquer cidadão deve
inspirar, o respeito devido ao infortúnio que o atingiu e um mínimo de empatia,
mas não foi isso que transpareceu dos sentimentos do bispo António Luciano no
comunicado da diocese.
O bispo, com a emoção de um batráquio, não foi o veículo
litúrgico da palavra do seu Deus, foi o agente funerário de anelão, com a mitra
a ornamentar a cabeça e o báculo a apontar o Inferno, esquecido da empatia dos
humanos para com o sofrimento e a morte.
Compreendem-se melhor as fogueiras da Inquisição!
Foto: Correio da Manhã
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