Fechamos – com as eleições presidenciais - mais um ciclo político em Portugal. Aparentemente, a primeira sensação é a de continuidade, i.e., vão manter-se os mesmos paradigmas, as mesmas condicionantes, os mesmos impasses. As pessoas são as mesmas – nos mesmos cargos. Todavia, não vale a pena iludir realidades que são evidentes. Caminhamos no sentido de enxertar à profunda crise económico-financeira, uma outra: – a política. Todas elas reflectindo-se, penosamente, no terreno social. As preconizadas soluções de estabilidade são hoje, ao contrário do que foi apregoado, mais precárias do que nunca. A análise do desenrolar de todo este processo eleitoral pôs a nu esta liminar realidade. A (re)eleição de Cavaco Silva coloca, implacavelmente, o actual Governo a prazo. Um Governo saído de eleições legislativas ocorridas há pouco mais de 1 ano que, como todos estamos conscientes, não conduziu a qualquer maioria parlamentar sólida, quer directamente [resultados eleitorais], quer por via da nego