Cavaco tem dificuldades com a verdade
A autoproclamada honestidade do recandidato não resiste à análise do passado. A forma expedita como indicou à PIDE o nome da mulher do sogro e a ausência de relações suas com a referida senhora, sem lhe ter sido solicitado, revelam ignorância do risco a que a expôs, maldade ou desejo de vingança.
As faltas injustificadas na Universidade Nova de Lisboa, valeram-lhe um processo de que João de Deus Pinheiro o havia de livrar, sem o exonerar do direito à reforma, para dar aulas na Universidade Católica onde a remuneração era mais generosa.
Basta nascer uma vez para formar o carácter de uma pessoa. A forma como descartou Fernando Nogueira, Santana Lopes ou Fernando Lima contrastam com a fidelidade a Dias Loureiro e Oliveira e Costa.
Quem afirmou na TV, com um ar solene de quem julga passar de medíocre candidato a estadista, nada ter a ver com o BPN e «nunca ter comprado nem vendido nada ao BPN», tem dificuldades com a verdade como os factos comprovam. Foi em carta ao presidente do BPN que deu ordem de venda das acções da SLN, acções que, sabe-se agora, foram vendidas ao próprio Oliveira e Costa a quem igualmente as tinha comprado e que, além de ter feito parte do seu Governo, subsidiou generosamente a primeira campanha a PR.
Não está em causa o negócio nem a generosidade das mais-valias, mas a ocultação das circunstâncias, das pessoas que lhe proporcionaram o lucro numa empresa não cotada em bolsa e a falta de transparência da transacção que reiteradamente manteve nebulosa.
O investimento numa empresa tão pouco recomendável, pelo excelso economista, não o recomenda para avaliar o desempenho de um futuro Governo, que anseia formado à sua medida, mas serve-lhe excelentemente para desviar as atenções de coisas mais graves por que deve responder antes do dia das eleições.
É o caso das escutas. Até hoje, Cavaco ainda não deu explicações sobre as inventadas escutas de que temeria estar a ser alvo por parte do Governo. A calúnia, com origem em Belém, precisa de ser esclarecida para que não restem dúvidas de que não houve uma tentativa de golpe de estado através da difamação do primeiro-ministro e da tentativa de decapitar, dessa forma, o partido que o apoiava.
O resto, falta de cultura, erros ortográficos, défice de gratidão para Salgueiro Maia e excesso para dois para torcionários da PIDE, desconhecimento de «Os Lusíadas» ou erros ortográficos, são minudências, comparadas com a falta de respeito para com outros órgãos da soberania. Basta recordar as indelicadezas para com o Governo e a AR.
Comentários
Afirmou que está fartinho de perder dinheiro na bolsa... A Maria que o diga. Já perdeu mais do dobro do que ganhou no negócio BPN...
As acções BPN foram a excepção! E foi aí que teria nascido pela 2ª vez!
Depois de o ouvir senti-me tentado a avançar com uma petição pública para erigir uma estátua ao Sr. Oliveira e Costa com, p. exº., o ex-conselheiro Dias Loureiro ao colo...
e que estão hoje, como estiveram antes, na sua Comissão de "honra"
São ja cerca de 40 personalidades do cavaquismo com ligações a este tipo de "negócios", uns presos, arguidos, suspeitos ou em Cabo Verde..
É assim a repetição de ligações perigosas que creio um homem normal, honesto, quanto mais o mais honesto de todos como se atribui, evitaria por prudencia...
e como é referido, alem do BPN, ha as escutas, a universidade nova, as declarações na PIDE...
Para um homem mais serio que todos os outros, estas varias questões são preocupantes
abraço