FMI: a notícia e as manobras de diversão...
A eventualidade de uma eminente entrada do FMI em Portugal, oriunda da douta opinião do chefe do gabinete de estudos económicos do Deutsche Bank, Sr. Thomas Mayer, imediatamente reproduzida em destaque pelo jornal espanhol El Mundo link ganhou foros de notícia política de 1ª. página em Portugal.
Numa altura em que a campanha eleitoral para as eleições presidenciais se encontrava ao rubro com o caso BPN.
A partir do momento em que se levantou essa eventualidade - que só poderá ocorrer quando o Governo o solicitar e que terá de ser conjugada com a CE da UE e o BCE - os candidatos às próximas eleições pronunciaram-se, evocando diversos argumentos, manifestando, no entanto, na generalidade, a sua discordância sobre essa hipotética intervenção.
Mas esta "entrada" serviu os interesses da Direita.
Primeiro, “aliviou” a pressão que o caso BPN estava a causar à candidatura de Cavaco Silva. E, de seguida, o espantalho de uma entrada de rompante do FMI, em Portugal, pareceu assustar muita gente, sendo um sério motivo de preocupação para muitos portugueses, pelo que secundarizou as presidenciais;
Depois, algumas forças partidárias, como o PSD link e o CDS link [exactamente os partidos que apoiam a candidatura de Cavaco Silva] aproveitaram esta oportunidade para anunciarem que estão dispostos a provocar uma grave crise política a qualquer momento. Desde que essa crise sirva os interesses imediatos de uma rápida conquista do Poder.
Entretanto, a candidatura de Cavaco Silva, agradece. Enquanto se discute FMI não se fala sobre SLN/BPN, escutas, Universidade Nova, etc.
Sobre os efeitos deletérios de uma crise política a curto prazo em Portugal, Cavaco, dirá que é um homem honrado. Que está para nascer quem seja mais honrado do que ele. E não estará disponível para outros esclarecimentos...
Aliás, tudo o que pode [e deve] ser dito sobre o FMI em Portugal deverá estar disponível no site da Presidência da República. É só consultar e tentar entender [o que muitas vezes é difícil].
Comentários
20h49m link
Como num barómetro, podemos medir a pressão política pelos apelos avulsos a intervenções externas.
É que das internas nem é bom falar...
Esta direita, e os seus arautos, seus adeptos são uns ineptos, uns deficientes!