A Grécia, os eleitores e a União Europeia
Quem sempre defendeu o direito dos povos à autodeterminação
não pode, ainda que as leis comunitárias o não prevejam, impedir os gregos de
sair da União Europeia. Sinto mesmo alguma relutância na repetição de eleições
como se o processo só possa terminar quando os gregos se renderem à vontade alheia.
No entanto, a situação é mais complexa do que aparenta. Os
gregos, acossados pelos credores, em verdadeiro desespero, não votaram contra a
União Europeia, como todas as sondagens revelam, votaram contra a asfixia
económica e a pobreza que os assola. No estado atual da correlação de forças, a
nível europeu, a Grécia ousou fazer um bluff e apostou a magra cave que lhe
restava num jogo de póquer, com as cartas à mostra.
É justo dar outra oportunidade a quem entregou o voto a
extremistas e partidos exóticos sem programa e sem rumo. Não é justo devolver
aos coronéis um país que pode arrastar para o caos a débil economia europeia e
para a ditadura os países que soçobrarem neste período de crise. Não há
democracias perpétuas e as ditaduras têm mecanismos para se tornarem
duradouras.
Apesar da vocação suicida que os gregos manifestaram nas
últimas eleições, por mais culpas que lhes possam ser atribuídas na situação a
que chegaram, a União Europeia não está inocente e, muito menos, os
nacionalismos que perturbaram o avanço para a integração política e social de
que depende o futuro da União.
A França e a Alemanha, seja quem for que as lidere, terão
nas suas mãos, agora e nas próximas décadas, o futuro da Grécia e o da Europa, pois
serão a locomotiva do projeto europeu ou os coveiros do sonho de Adenauer, Churchill,
De Gasperi, Jean Monnet, Robert Schuman, Paul-Henri Spaak, Jacques Delors, e Helmut Kohl,
entre os mais destacados.
Desistir da
construção europeia, do aprofundamento da política e da defesa comuns, é o meio
mais fácil para despertar a extrema direita que hiberna desde maio de 1945.
A ajuda à Grécia é
um investimento na paz, na segurança e na prosperidade do velho Continente, num
mundo sem soluções para assegurar a sobrevivência da população que já
ultrapassa em 50% a capacidade física do planeta.
Comentários
Caro amigo Carlos Esperança, a solidariedade tem que voltar a fazer sentido e ser esperança.
Li algures que uma investigação do Ministério Público Grego concluiu que os atores políticos e outros... têm escondido do conhecimento público a existência de Petróleo e Gás Natural em ambundância, que se conhece desde há trinta anos atrás e daria para liquidar toda a dívida grega. Será?
Tenho registado as amáveis referências que faz aos meus posts. Fico, naturalmente, satisfeito e grato.
Quanto às reservas de petróleo e gás que refere é a primeira notícia que tenho. Vou procurar informar-me.
Quanto à Europa e à Grécia, as amputações são traumáticas e não auguram um futuro duradouro.
Esperemos que o corpo e a sua parte entrem em sintonia, para bem de todos.
do que o petróleo de cabinda deu em caixões aos cabindas
Quanto à Europa e à Grécia, seu berço espiritual e mãe pródiga
con vem nã adotar um afonso anriques que dá porrada na mõe
para bem de todos os que nunca terão nem perdões e terão de pagar a dívida grega
duma forma ou doutra todos a pagaremos
em escudos ou em notas de mil réis isso cabe a D.Duarte Pio decidir
boçês tão senis
ou já nasceram assis?