Argentina – o roubo de bebés e outras sevícias
A crueldade humana não tem limites e as ditaduras, convictas
da sua impunidade, não hesitam nos crimes mais hediondos. Dois ditadores, Jorge
Rafael Videla e Reynaldo Bignon, estão entre os 11 réus responsáveis pelo mais sórdido
dos muitos crimes que o regime cometeu – a apropriação sistemática de bebés
cujas mães eram sequestradas e, não raro, após o parto, lançadas ao mar a
partir de aviões militares.
Casais inférteis, tal como na Espanha de Franco, tiveram os
filhos que queriam graças à sucessão de crimes e cumplicidades que nos deixam
estarrecidos.
Sílvia Mónica Quintela foi sequestrada, grávida de 4 meses,
com 28 anos de idade. Após o parto foi-lhe retirado o bebé e feita desaparecer
enquanto o oficial Victor Gallo e a esposa, Susana Ines Colombo, assumiam a paternidade da criança que recetaram.
O regime assassinou adversários e compensou os cúmplices com os filhos dos pais
que matava. Foram largas as dezenas de crianças a quem assassinaram os pais e
converteram em filhos de cúmplices.
Não faltaram sacerdotes para abençoar as armas da ditadura e
dar força aos homens que fizeram os voos da morte. Perante a angústia dos que
quiseram saber quem foram os pais biológicos, a Igreja católica não ajudou. Pelo
contrário, era contra a investigação.
A Argentina
espera a condenação dos autores e cúmplices do roubo de bebés da ditadura.
Não é só a Argentina, é o mundo civilizado que espera a justiça que a Espanha impediu
com o afastamento do juiz Baltasar Garzón.
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