MARIO DRAGHI, submetido a uma ‘dragagem’ de interesses…

Draghi faces formal complaint over conflicts of interest... link

O Observatório Corporativo Europeu (CEO, sigla em inglês), instituição não-governamental que ‘observa’ a actuação dos grupos de pressão no espaço europeu, acusa Mario Draghi, actual presidente do Banco Central Europeu (BCE), de pertencer a um lobby bancário – o Grupo dos 30 – facto pelo qual não parece reunir as condições de independência necessárias para o exercício do cargo em que está empossado. A integração neste lobby bancário é, no entender da CEO, incompatível com as regras éticas exigidas para a presidência do Banco Central Europeu.

Este Grupo lobista [G 30], sediado em Washington, nasceu em 1978, sob os auspícios da Fundação Rockefeller e integra administradores ou ex-dirigentes de bancos públicos e privados, (ex)líderes políticos, (ex)assessores financeiros governamentais e, ainda, ilustres académicos (até prémios Nobel!), sendo a sua principal ‘vocação’ o estudo e aconselhamento de questões relativas aos ‘mercados financeiros globais’ que, com sabemos, estão na génese da presente crise  (2008-12).
O ‘Grupo’, actualmente, integra: link

Paul Volcker - Ex- presidente da Reserva Federal dos EUA

Jacob A. Frenkel - Presidente do JPMorgan Chase International e ex-presidente do Banco de Israel

Geoffrey L. de Bell - Presidente da Geoffrey Bell

Jean-Claude Trichet - Ex-Presidente do Banco Central Europeu e Governador honorário do Banco de França

Leszek Balcerowicz - Ex-Presidente do Banco Nacional da Polónia

Mark Carney – Governador do Banco do Canadá 

Jaime Caruana - Ex-Governador do Banco de Espanha

Domingo Cavallo - Ex-ministro da Economia da Argentina

E. Gerald Corrigan – Diretor da Goldman Sachs e ex-presidente do Federal Reserve Bank of New York

Guillermo de la Dehesa - Diretor do Comitê Executivo do Grupo Santander e ex-vice-director do Banco de Espanha

Mario Draghi – Presidente do Banco Central Europeu e ex-governador do Banco de Itália

William Dudley - Presidente, Federal Reserve Bank of New York e ex- director administrativo do Banco Goldman Sachs

Martin Feldstein - Professor de Economia da Universidade de Harvard

Roger Ferguson - Vice-chairman do Board of Governors da Reserva Federal (EUA) e conselheiro económico do Presidente Obama

Stanley Fischer - Governador do Banco de Israel ; Director do Fundo Monetário Internacional

Armínio Fraga Neto - Ex-presidente do Banco Central do Brasil

Gerd Häusler – presidente do Bayerisch Landesbank

Philipp Hildebrand - Ex-Presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional Suíço e professor universitário
Mervyn Allister Rei - Governador do Banco de Inglaterra

Paul Krugman - Professor de Economia na Universidade de Princeton ;

Guillermo Ortiz Martínez - Ex-governador do Banco do México e presidente do conselho do Banco de Compensações Internacionais

Raghuram G. Rajan - Assessor económico primeiro-ministro da Índia e professor de Economia;

Kenneth Rogoff - Ex-economista chefe do Fundo Monetário Internacional e professor de Políticas Públicas e Economia na Universidade de Harvard ;

Tharman Shanmugaratnam - Ministro das Finanças e vice-Primeiro-Ministro de Singapura e ex-Diretor Geral da Autoridade Monetária de Singapura

Masaaki Shirakawa - Governador, Banco do Japão

Lawrence Summers - Ex- secretário do Tesouro dos EUA e ex-presidente da Universidade de Harvard

Lord Adair Turner – Presidente da Autoridade de Serviços Financeiros e membro da Câmara dos Lordes, Reino Unido

Sir David Walker - Consultor senior da Morgan Stanley International, Inc.

Axel Weber A. – Presidente da União de Bancos Suíços (UBS) e ex –presidente do Deutsche Bundesbank

Yutaka Yamaguchi – Ex-vice-governador do Banco do Japão

Ernesto Zedillo - Ex- presidente do México

Zhou Xiaochuan - Governador do Banco Popular da China

Afinal são 32!. Um grupo ‘próspero’ e em expansão…

Ao olharmos para esta galeria de ‘notáveis’ somos empurrados para a visão da ‘estratégia da aranha’ e como se constrói uma eficiente teia (a nível global).

A questão relativa à pertença de Mario Draghi (o super-Mario) a este ‘Grupo’ foi sumariamente exposta por Kenneth Haar investigador do CEO:
Com a crise do euro o Banco Central Europeu assume um papel cada vez mais importante no apoio e regulação do sector bancário. É realmente preocupante que o Presidente do BCE seja autorizado a permanecer como membro activo do Grupo dos Trinta. O BCE tem regras de ética, mas esta questão parece ter sido ignorada. É como se as regras não valessem um cêntimo”… link (tradução livre).

Resta-nos aguardar a posição das instâncias europeias e/ou 'magistrais' lições de ética calvinista ...vindas de Frankfurt.

Comentários

A questão é mesmo essa! Com a matilha das raposas dentro do galinheiro (e elas são muito mais do que as citadas), como é que há-de haver sossego?!

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