Não acusem injustamente Cavaco Silva e Passos Coelho
Compreende-se a frustração, o desespero e a raiva de quem perdeu as poupanças de uma vida ou as economias da emigração sofrida, mas é injusto responsabilizar o ex-professor de economia, Cavaco Silva, e o aprendiz Passos Coelho por investimentos realizados no grupo GES/BES. Ambos são responsáveis por muitas desgraças mas não por esta.
Para lhes atribuírem a credibilidade que nem os mais indefetíveis deste Governo e desta maioria lhes atribuem, usaram a afirmação de Cavaco, em Seul, na Coreia do Sul, em 21 de julho de 2014, a garantir a solidez do BES, “dado que as folgas de capital são mais do que suficientes para cobrir a exposição que o banco tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa”, afirmação reiterada por Passos Coelho.
Não é defensável que alguém, salvo por sectarismo partidário, confiasse mais neles do que em Ricardo Salgado, anfitrião dos casais Cavaco Silva, Marcelo e Durão Barroso na preparação da primeira candidatura de Cavaco a PR. Ninguém confia mais nos músicos do que no regente de orquestra e, desta vez, nem a D. Patrícia Cavaco Silva confiou ou investiu no último aumento de capital do BES.
O que perdeu os investidores foi a confiança em Ricardo Salgado, banqueiro do regime, e nos reguladores, Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Terá sido, aliás, o elogio de Cavaco Silva ao governador do BP que dissuadiu eventualmente potenciais investidores, pondo-os de sobreaviso, e os salvou.
Os responsáveis do logro do último aumento do capital do BES foram Ricardo Salgado e os reguladores, além da discutível decisão política do Governo em relação ao GES/BES e, logo a seguir, o inédito aventureirismo da criação do Novo Banco que, segundo Passos Coelho, nem um cêntimo custaria aos contribuintes.
O ex-professor de economia e o aprendiz, sobretudo o último, podiam ter informações privilegiadas mas não tinham certamente reputação financeira capaz de induzir em erro quem arriscou as economias e arrostou com as contingências do mercado de capitais.
Desta vez não foram responsáveis. Não os acusem.
Para lhes atribuírem a credibilidade que nem os mais indefetíveis deste Governo e desta maioria lhes atribuem, usaram a afirmação de Cavaco, em Seul, na Coreia do Sul, em 21 de julho de 2014, a garantir a solidez do BES, “dado que as folgas de capital são mais do que suficientes para cobrir a exposição que o banco tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa”, afirmação reiterada por Passos Coelho.
Não é defensável que alguém, salvo por sectarismo partidário, confiasse mais neles do que em Ricardo Salgado, anfitrião dos casais Cavaco Silva, Marcelo e Durão Barroso na preparação da primeira candidatura de Cavaco a PR. Ninguém confia mais nos músicos do que no regente de orquestra e, desta vez, nem a D. Patrícia Cavaco Silva confiou ou investiu no último aumento de capital do BES.
O que perdeu os investidores foi a confiança em Ricardo Salgado, banqueiro do regime, e nos reguladores, Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Terá sido, aliás, o elogio de Cavaco Silva ao governador do BP que dissuadiu eventualmente potenciais investidores, pondo-os de sobreaviso, e os salvou.
Os responsáveis do logro do último aumento do capital do BES foram Ricardo Salgado e os reguladores, além da discutível decisão política do Governo em relação ao GES/BES e, logo a seguir, o inédito aventureirismo da criação do Novo Banco que, segundo Passos Coelho, nem um cêntimo custaria aos contribuintes.
O ex-professor de economia e o aprendiz, sobretudo o último, podiam ter informações privilegiadas mas não tinham certamente reputação financeira capaz de induzir em erro quem arriscou as economias e arrostou com as contingências do mercado de capitais.
Desta vez não foram responsáveis. Não os acusem.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Quando da intervenção apontou-se a sua venda no prazo de 1 ano.
Se essa venda tivesse ocorrido seria com certeza considerada uma retumbante 'vitória' para o Governo. Como não foi possível, pois as 'barracas' acerca do modelo ensaiado são mais do que muitas e não se restringem só aos lesados, o que ocorre dizer agora é deixou de haver pressa.
Isto é, um dia a pressa é enorme, nomeadamente nas privatizações [TAP, Sector ferroviário (CP carga), transportes urbanos, etc.], e no dia seguinte, um processo que envolve quase 5.000 milhões de euros, pode perfeitamente ser diferido para as calendas gregas (...é corriqueiro tentar intrometer a Grécia nestes assuntos que correm mal).
Para completar o ramalhete e iludir o tempo de espera só falta uma proposta de subscrição pública para safar o endividado 'Fundo de Resolução'...
Na verdade, é cada vez mais notório que este 'caso' vai sobrar para alguém, i. e., 'os mesmos de sempre'. E para que isso se verifique com tranquilidade, e na maior desfaçatez, para os múltiplos interesses (público, partidário, de grupos, etc.) o timing certo será deixar passar o período eleitoral (assobiando para o lado).