Invasão da Síria – Uma derrota perfeita, com danos colaterais

A “missão cumprida” na Síria, na sequência de uma denúncia do lançamento de armas químicas, atribuídas ao presidente Bashar al-Assad, pela organização humanitária síria, White Helmets, com fortes ligações ao R. U., pôs o mundo à beira de uma guerra global cuja eclosão não está excluída.

Trump, May e Macron, todos com problemas políticos internos, decidiram retaliar, com o primeiro a testar novos mísseis «bonitos, novos e inteligentes» e os seus cúmplices a aliviarem os stocks, horas antes da chegada de uma equipa de inspetores da OPCW, que poderia ter clarificado com rigor a origem do alegado ataque químico que, a ter existido, tanto podia ter sido do regime como dos rebeldes.

Enquanto a Sr.ª May, afirmava ter provas, que não apresentou, quando ainda não provou que tivessem sido russos os autores do envenenamento do ex-espião Skripal, e Macron a secundou, também sem exibir provas, o antigo embaixador britânico na Síria, Peter Ford, disse aos microfones da BBC que lhe parecia pouco verosímil o referido ataque químico de Assad, quando, em Douma, a resistência dos rebeldes chegava ao fim.

Há muita gente que, por tática partidária e americanofobia, minimiza o perigo de Putin e a ameaça cada vez maior de Erdogan.

Trump e Putin têm sido os grandes defensores da extrema-direita e os mais interessados na desintegração europeia. Ao perigo das lideranças russa e americana, junta-se agora a Turquia, China, R. U. e França. Nenhum dos 5 membros da ONU com direito de veto é atualmente recomendável. 
É dramática a perda de credibilidade do Ocidente e a aceitação perigosa de países pouco confiáveis, China e Rússia, com sonhos hegemónicos e civilizações que podem esmagar a nossa.

Independentemente dos partidos no poder, o Ocidente tem a civilização que é a minha, e é em nome dela e da sua defesa, que me bato e baterei contra a imprudência belicista e a mentira de que líderes fanfarrões, narcisistas e medíocres são capazes.

Esta agressão à Síria foi uma derrota perfeita e, tal como a do Iraque, quando Bush disse «missão cumprida», a guerra também vai continuar agora, como continua a do Iraque ou a da Líbia, entre outras, agora com jihadistas provocados para destabilizarem a Rússia e a China enquanto os curdos são deixados aos turcos e a Síria se torna o próximo alvo.

Que o Reino Unido esteja para os EUA como a Coreia do Norte para a China, não surpreende, mas que a França de Macron tenha substituído na insânia a Espanha de Aznar, é um perigo acrescido para a herança do Iluminismo e da Revolução Francesa.

Ponte Europa / Sorumbático

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