Caros leitores (2) – A invasão do Irão por Israel (2487 carateres)
Para memória futura: Caros leitores (2) – A invasão do Irão por Israel (2487 carateres)
Na sequência do texto de Pedro Queirós que aqui divulguei,
achei interessante o comentário de um leitor que me pediu para o identificar
por Gastão X. Aqui fica:
«Vamos ser todos sérios?
O Irão é um Estado confessional (República Islâmica do
Irão), em que ortodoxos e clero condicionam a vida em geral.
É tecnicamente uma democracia, mas não há igualdade de
direitos para todos (basta ver o caso da condição feminina).
É patrocinador de grupos como os Houtis, o Hezbolah e o
Hamas.
Pode ser directa ou indirectamente ligado a actos
terroristas no passado.
Preconiza a destruição de Israel.
O Irão não tem armamento nuclear, mas teria, se pudesse.
Em suma, não é um Estado recomendável e suscita a atenção
e acompanhamento da Comunidade Internacional.
Israel é um Estado confessional (Estado Judaico de
Israel), em que ortodoxos e clero condicionam a vida em geral.
É tecnicamente uma democracia, mas não há igualdade de
direitos para todos (basta atentar em qualquer dos relatórios independentes
sobre a condição dos árabes em geral ou das mulheres nas comunidades
ortodoxas).
Israel pratica actos de terrorismo de Estado sobre os
vizinhos e sobre os seus ditos aliados, com atentados, raptos, assassinatos,
tudo em violação flagrante da soberania dos Estados, da lei e do Direito
Internacional.
Patrocinou grupos como o Hamas, de modo a boicotar
qualquer esforço de paz na região.
Tem um arsenal nuclear que ninguém conhece ou controla,
negando acesso e auditoria às autoridades internacionais competentes.
Tem historial de guerra permanente, agindo sempre à
margem do Direito Internacional, do concerto das nações.
É uma potência ocupante de facto de território que não
lhe pertence.
Está a levar a cabo um Genocídio.
Em suma, tal como o Irão, é um Estado não recomendável
que merece atenção e acompanhamento permanente da comunidade internacional. Tal
como o Irão, exige que lhe sejam impostas medidas coercivas que o obriguem a
contrariar a sua natureza de Estado pária.
Pretender que Israel é um Estado bom e amigo a lutar
contra um Estado mau e inimigo é uma falácia infantil ou mal-intencionada, nada
mais do que isso. Ambos, Irão e Israel, são Estados inimigos da paz,
infractores recorrentes do Direito Internacional, ameaças regionais e globais,
perturbadores sérios e impenitentes da Ordem Internacional.
Há, contudo, uma diferença de relevo. O problema do Irão
é a natureza do regime, que pode ser deposto. O problema de Israel é a natureza
do Estado, que tem prevalecido, matando literalmente quem o põe em causa.
Por fim, a guerra Israel - Irão teve dois propósitos.
Primeiro, condenar ao fracasso qualquer acordo com os EUA para controlo do
programa nuclear iraniano. Segundo, desviar as atenções do genocídio em curso
na Palestina; basta ver as hordas de colaboracionistas panfletários a agradecer
a Israel ter salvado o mundo da ameaça nuclear iraniana que, por acaso, não
existe.»
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