O XXV GOVERNO CONSTITUCIONAL E O PR
O XXV GOVERNO CONSTITUCIONAL E O PR #montenegronãomarcelonunca
Isto não é um governo, é o regresso a S. Bento da empresa de
marketing depois do êxito eleitoral em eleições que o PM provocou antes de
poder ser julgado pelo mau desempenho. É a recidiva do XXIV, nascido do parto precoce
em Belém, com D.ª Lucília Gago como parteira, em vez de aguardar os três anos
que faltavam à sua gestação.
Montenegro, Aguiar Branco e o Chega são efeitos secundários de
um parágrafo de 7 de novembro de 2023 em que a justiça derrubou um governo em
exercício de funções, com maioria absoluta, efeito consolidado com a dissolução
do Parlamento, ansiada pelo PR.
Como é possível que o País, vítima de duas eleições
indesejadas e evitáveis, dezanove meses depois, não tenha ainda exigido explicações
sobre as suspeitas que ditaram a queda do PM António Costa?! E não se pedem
contas pelos graves danos económicos, financeiros e reputacionais que o País
sofreu?
Hoje intuímos que a direita odiava ver as comemorações do cinquentenário
do 25 de Abril com a esquerda no poder, um governo com excedentes orçamentais,
a dívida do Estado a regredir e o pingue PRR a executar quando crescíamos acima
da média da UE.
Este governo vai durar e, pior, arriscamo-nos a que a
extrema-direita passe a alternativa. Regressou com a esquerda desfeita, o PR desacreditado
e a extrema-direita à espera da melhor oportunidade para o substituir.
Depois de ter dado tudo a alguns e prometido a todos muito
mais, baseado em projeções económicas em que ninguém acreditava, nem o governo,
é de temer que quem vendeu as ilusões que o reconduziu ao poder, não passe do
regente da orquestra do Titanic.
Agora é aguardar os prometidos aumentos de pensões e de vencimentos
e a reduções do IRC e IRS enquanto as despesas com a Defesa vão chegar a 2% já
este ano.
A recondução dos ministros comprometidos com as
privatizações e a liquidação do SNS auguram o pior, mas, como há muito não me
canso de repetir, o ministro mais perigoso é o das Finanças. Tem poder para não
reconduzir Mário Centeno no Banco de Portugal, só não tem poder para ser
Centeno.
Já não estou em idade de emigrar, mas esta gente assusta-me.

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