Do Diário da Diana – 13 anos – escola C+S da Musgueira

Tenho andado muito preocupada com as guerras e a insensatez dos homens e mulheres que dirigem o mundo. Razão tem a minha mãe quando diz que as mulheres que hoje nos governam são iguais ou piores do que os homens. E sei a quem se refere, especialmente à Von der Leyen e à Kaja Kallas, embora nenhuma tão perigosa como o Trump.

Por isso que, depois de ouvir tantas asneiras ao meu pai, precisava de ouvir a mãe. Não me tira a angústia, é para saber se sou demasiado nova para perceber a decadência ética do espaço civilizacional que amamos, espaço que ainda designam da civilização cristã e ocidental, e que deixou de ser bem frequentado.

Em Portugal, um presidente narcisista e reacionário dissolveu tantas vezes a AR até pôr no governo o PSD e multiplicar por seis os dez deputados de extrema-direita. Nem falo do golpe que levou o Costa à demissão. Para ele foi bom porque tem um lugar melhor, e lá fora é outra Ursula de calças, a defender a Nato em vez de defender a UE.

É claro que a grande tragédia é o Trump. Substituiu o direito pela força e a ética pelos negócios; arruinou as grandes referências mundiais, da ONU à UE; fez tábua rasa dos tratados e dos compromissos internacionais; e conseguiu pôr os vassalos a abanarem a cauda como os escravos aos senhores. O empregado dele, o Mark Rutte é o exemplo de subserviência que a minha mãe chama lambe-botismo. Eu só quis saber para que são os 5% do PIB e contra quem porque o Montenegro já prometeu fazer a vontade ao Trump e não discutiu o assunto com os portugueses antes das eleições. Podia pôr os olhos no Pedro Sánchez, aqui ao lado. É por isso que os bispos espanhóis estão a pedir eleições, o que nunca pediram em 40 anos de ditadura, como muito bem disse o Zapatero.

A minha mãe dá-me razão, na Faixa de Gaza é mesmo genocídio o que está em curso, a agressão ao Irão foi mesmo um ultraje ao direito internacional e o mundo está à mercê de ditadores enquanto na UE a extrema-direita usa a democracia para chegar ao poder.

Que raio de povo somos que deixamos que nos tirem tudo, pensões, apoios sociais e o SNS e não nos revoltamos, desde que não nos tirem a Nato! E vamos pagar para que o Trump nos
defenda, sem sabermos de quem, e depois de ele dizer que recusa dar apoio ao art.º 5.º da Nato, que é o que nos defenderia de um ataque externo. Masoquistas!

Obrigado, mãe, pelo que me ensinas. Estes líderes de que falo suscitam animosidade e merecem desprezo. Hei de voltar a falar deles com a minha mãe.

Apostila – Espero um veemente protesto da UE perante a miserável chantagem de Trump à Espanha depois do seu capacho Mark Rutte celebrar a vassalagem dos 5%.

Musgueira, 25 de maio de 2025 – a) Diana

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Coimbra - Igreja de Santa Cruz, 11-04-2017

HUMOR – Frases de AMÉRICO TOMÁS, um troglodita que julgávamos não ter rival