Moçambique – 30 anos de independência
Norte de Moçambique
Trinta anos após a independência de Moçambique, que hoje se comemora, vêm-me à memória os povos do Norte com quem convivi 26 longos e dolorosos meses.
Recordo os que apareciam debilitados, a errarem pelo mato, receosos da FRELIMO e das Forças Armadas Portuguesas. Lembro as aldeias rodeadas de arame farpado para impedir os contactos entre guerrilheiros e as suas famílias. Evoco os olhos tristes das crianças subnutridas vítimas de uma guerra de que eram vítimas.
Regressei há 36 anos e nunca mais esqueci os crimes que se cometeram em nome da civilização cristã e ocidental, o ódio que crescia entre o exército ocupante e as vítimas inocentes de uma guerra que a ditadura portuguesa teimosamente insistiu em prolongar.
É ainda cedo para falar dos horrores que conheci. Talvez seja melhor calá-los. Mas, quando vejo um largo com o nome de «Heróis do Ultramar» ou se homenageiam os que defenderam a pátria, tenho a certeza de que está em marcha um ensaio para branquear os crimes da ditadura salazarista.
Ao povo de Moçambique que suportou a guerra injusta e iníqua, que procura vencer as sequelas do colonialismo, a fome, a doença, o subdesenvolvimento, a pobreza e as rivalidades tribais, desejo neste 30.º aniversário da sua independência um futuro de paz e progresso.
O Niassa será sempre uma dolorosa recordação a lembrar-me a solidariedade que devo ao povo de Moçambique.
Carlos Esperança
Comentários
O anónimo que lhe confisca a identidade, que nem o nome escreve correctamente, comporta-se como os informadores da PIDE.
Quem sabe se não será um bufo reformado?
O racismo e a xenofobia não dimanam das grands almas, são apanágio de quem ainda não percebeu que o colonialismo é um crime e que os povos têm direito à auto-determinação.
Quanto aos imigrantes tenho consciência dos problemas que existem mas o racismo é um sentimento que envergonha.
Eu fiz a guerra colonial e sei do que falo. Poderá o leitor dizer o mesmo?
Pela cegueira e erros de muito doutor anlfabeto , temos há 30 anos dez mil familias portuguesas que cedo se viram desapossados dos seus filhos.
Estranho é que uns africanos quase analfabetos tenham batido o pé a tanto politico e general altamente diplomados: Vietname, Argélia, Guiné quase...Moçambique - a estupidez humana elevada ao seu mais alto expoente.
Samora a matar portugueses? Culpa dele? Deus nos valha.
Deixou seguidores.
Fundamental como ter dois braços e duas mãos, Esquerda e Direita,ambas imprescindiveis para nos completarmos, capaz de ser de Direita e/ou Esquerda (complicado?)
De ter reposto a ordem no Rádio Clube de Moçambique(meio destruido pelos 'civilizados' ocupantes)em Set74, ou silenciado à bomba a Rádio Renascença do PREC em Nov75.
"133 anos antes da era cristã, o tribuno Tiberius Gracchus(um filho das classes abastadas,de direita?) perante um grupo de escravos/mercenários do exército romano: «os nossos generais incitam-vos a lutar pelos templos e pelas sepulturas dos vossos antepassados. É um apelo inútil e enganador. Vós não tendes altares dos vossos pais, vós não tendes campas ancestrais, vós não tendes nada. Vós não combateis e não morreis se não para assegurar o luxo e a riqueza dos outros»".
E chega.
2) Os fachos não gostam do Carlos Esperança. É natural. Eu também não gosto deles. São ignorantes e, talvez por isso, adeptos do culto da violência e da xenofobia. O Carlos diz-lhes o que não querem ouvir.
3) Sim, talvez fosse altura de os veteranos começarem a contar aquilo porque passaram. Antes que seja tarde. E também como vacina contra estes neofascistas pós-modernos que por aí pululam.
Ouvir falar os veteranos seria bom, mas tirando uns quantos cobardes como o Carlos, a maioria morreu a defender a Pátria.
Quanto a Moçambique, lembro-me de alguns socialistas que por lá fizeram fortuna, antes da guerra...
Quanto à religião? Tretas. Vi a sede da RR ser atacada e não consta que a mesma tivesse armas em seu poder.
TRABALHEM
E quem usurpa identidades é mais do que cobarde: é canalha.