Sócrates
Eu até gostava de vir aqui escrever criticando José Sócrates e a sua governação.
Quem me conhece até sabe que eu gosto de ser do contra e ainda por cima, não fui um dos apoiantes de Sócrates a Secretário-Geral do PS (não, também não foi esse; o meu candidato não se candidatou).
Mas a verdade é que sou obrigado a concordar com as suas decisões; melhor, acho que está a governar como tem de ser, e bem.
É um Governo firme, resoluto e temerato, que tem enfrentado as dificuldades e tomado as decisões que não podiam deixar de ser tomadas.
Na verdade, é preciso reconhecer que Sócrates já foi até onde mais ninguém tinha ousado ir, enfrentando tudo e todos, aliás, bem ao estilo (teimoso) que já lhe conhecíamos.
Mas o que não deixa de ser curioso é que esteja a ser fortemente atacado por ter tomado uma decisão com as qual todos (pelo menos uma grande maioria) estamos de acordo.
Bem gostava eu que ele não tivesse mexido nos impostos (ou melhor, que mexesse, mas ao contrário); que diminuisse o tempo da reforma, que aumentasse os salários; que melhorasse o ensino, a saúde, etc. Mas, pedindo emprestados os exemplos de Durão Barroso e Bagão Félix(do bom pai de família, lembram-se) a verdade é que o dinheiro não chega; não dá pra tudo!!
E assume também uma decisão exemplar: acabar com os privilégios dos políticos, a começar por ele próprio, que será já abrangido pelas medidas a adoptar.
Mas eis que logo se levantam as vozes opositoras. Não interessa que Sócrates queira acabar com as regalias dos políticos; não!
Todos (bem, todos não. A comunicação social e os manipuladores da opinião pública) só falam das reformas dos dois ministros deste Governo. Em vez de apoiarem as medidas, não. Criticam.
Que assim não pode ser! É só demagogia! Que afinal é só para os outros! etc.
E rapidamente se levantaram as vozes de oposição (mesmo interna) criticanda a retirada das mordomias.
Afinal, a quem interessa que tudo fique na mesma? Aos tais 32 deputados que a "Capital" referia? Aos autarcas que se arrastam monarquicamente nas autarquias? Aos ex-politicos e aos aspirantes da política?
Em vez de apoiarem estas medidas que mais não visam do que reduzir o despesismo, atacam-nas, para não acabar com os privilégios dessa classe "iluminada" que controla o país. E a comunicação social vai na onda.
Espero que ouçam o que o povo tem a dizer sobre esta matéria...
Quero acrescentar, a terminar, que não me repugnam as reformas dos tais ministros. E por duas razões: a primeira, porque as pensões resultam de fundos autónomos, não onerando assim o Orçamento de Estado, nem o défice; a segunda, porque resultam de direitos adquiridos e Sócrates anunciou medidas para o futuro, como, aliás, orienta a nossa Constituição, proibindo a retroactividade.
É claro que eu não me importo que eles abdiquem das reformas, num gestode altruísmo que só lhes ficaria bem. Mas devem fazê-lo quando Cavaco Silva, Bagão Félix; Alberto João Jardim, entre tantos outros, tomarem a mesma atitude. É que o sol nasce igual para todos...
Quem me conhece até sabe que eu gosto de ser do contra e ainda por cima, não fui um dos apoiantes de Sócrates a Secretário-Geral do PS (não, também não foi esse; o meu candidato não se candidatou).
Mas a verdade é que sou obrigado a concordar com as suas decisões; melhor, acho que está a governar como tem de ser, e bem.
É um Governo firme, resoluto e temerato, que tem enfrentado as dificuldades e tomado as decisões que não podiam deixar de ser tomadas.
Na verdade, é preciso reconhecer que Sócrates já foi até onde mais ninguém tinha ousado ir, enfrentando tudo e todos, aliás, bem ao estilo (teimoso) que já lhe conhecíamos.
Mas o que não deixa de ser curioso é que esteja a ser fortemente atacado por ter tomado uma decisão com as qual todos (pelo menos uma grande maioria) estamos de acordo.
Bem gostava eu que ele não tivesse mexido nos impostos (ou melhor, que mexesse, mas ao contrário); que diminuisse o tempo da reforma, que aumentasse os salários; que melhorasse o ensino, a saúde, etc. Mas, pedindo emprestados os exemplos de Durão Barroso e Bagão Félix(do bom pai de família, lembram-se) a verdade é que o dinheiro não chega; não dá pra tudo!!
E assume também uma decisão exemplar: acabar com os privilégios dos políticos, a começar por ele próprio, que será já abrangido pelas medidas a adoptar.
Mas eis que logo se levantam as vozes opositoras. Não interessa que Sócrates queira acabar com as regalias dos políticos; não!
Todos (bem, todos não. A comunicação social e os manipuladores da opinião pública) só falam das reformas dos dois ministros deste Governo. Em vez de apoiarem as medidas, não. Criticam.
Que assim não pode ser! É só demagogia! Que afinal é só para os outros! etc.
E rapidamente se levantaram as vozes de oposição (mesmo interna) criticanda a retirada das mordomias.
Afinal, a quem interessa que tudo fique na mesma? Aos tais 32 deputados que a "Capital" referia? Aos autarcas que se arrastam monarquicamente nas autarquias? Aos ex-politicos e aos aspirantes da política?
Em vez de apoiarem estas medidas que mais não visam do que reduzir o despesismo, atacam-nas, para não acabar com os privilégios dessa classe "iluminada" que controla o país. E a comunicação social vai na onda.
Espero que ouçam o que o povo tem a dizer sobre esta matéria...
Quero acrescentar, a terminar, que não me repugnam as reformas dos tais ministros. E por duas razões: a primeira, porque as pensões resultam de fundos autónomos, não onerando assim o Orçamento de Estado, nem o défice; a segunda, porque resultam de direitos adquiridos e Sócrates anunciou medidas para o futuro, como, aliás, orienta a nossa Constituição, proibindo a retroactividade.
É claro que eu não me importo que eles abdiquem das reformas, num gestode altruísmo que só lhes ficaria bem. Mas devem fazê-lo quando Cavaco Silva, Bagão Félix; Alberto João Jardim, entre tantos outros, tomarem a mesma atitude. É que o sol nasce igual para todos...
Comentários
Tenho dúvidas quanto aos direitos adquiridos. Pode ser este facto que deite tudo a perder.
Se não houver dinheiro para pagar aos funcionários, as reformas e outros encargos do Estado, alguém acredita que os direitos adquiridos se mantêm?
Não sei como contornar juridicamente estes problemas nem se haverá força para uma reforma que me prejudica de forma marcada e que eu defendo por solidariedade para com as novas gerações.
Os mais velhos não temos o direito de viver acima das necessidades quando falta o mínimo para os que agora começam a vida. Nem um emprego mal remunerado lhes é acessível.
Apoio tudo o que for no sentido de uma maior justiça social.
Penso que, neste momento, ser de esquerda não é contestar as medidas tomadas.
Eu serei pela justiça social, estarei contra as mordomias que juraria não existirem.
Quem hoje leu o «Público» deve ter ficado indignado com as sinecuras que há por aí.
Completamente de acordo consigo.
Mas quem lhe disse que no PS eram todos socialistas?
Um abraço solidário.
Um destes dias faço um artigo com o prejuízo pessoal com as medidas que apoio.
Não podemos continuar a viver à custa das gerações seguintes.
"Vamos combater a crise 3"
"Segundo o que veio ontem e hoje na imprensa e não foi desmentido por Luís Campos e Cunha, bem pelo contrário, o actual ministro de Estado e das Finanças reformou-se com 114.784 euros/ano, qualquer coisa como 1.900 contos/mês.
Nas suas próprias palavras, tudo está legal e "é um direito adquirido". A partir de agora, que moralidade tem para pôr em causa os direitos adquiridos dos outros? Pede, perdão, exige a uns que trabalhem e descontem durante 50 anos e passem a ganhar menos e, depois, dá-se ao luxo de ter uma reforma dourada, após 6 anos(!?) de trabalho como vice-governador do Banco de Portugal, e com 49 anos de idade."
Também isto deve ser discutido..
Vocês tem-nos cavalgado,vocês tem-nos cavalgado,seus safados.
Mas nem por isso nos puseram a pensar como voz.
Uma coisa é o que pensa o cavalo.
Outra quem está a monta-lo.